FAMALICÃO – BENFICA: ENTRADA DE MÃO CHEIA

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Como já se imaginava após uma derrota e a subsequente eliminação da Liga dos Campeões, a pressão aumentou a um nível incrível para o jogo com o Famalicão. Até já se falava em reuniões de emergência entre os dirigentes do clube e mais alguma coisa, por isso, nem imagino o que teria saído nos jornais e nos canais de televisão caso o Benfica não tivesse conseguido três pontos na primeira jornada.

Em relação ao onze, esperavam se algumas mudanças, principalmente na direita com Rafa a substituir Pedrinho, também com Darwin a fazer a sua estreia, mas também apareceram duas surpresas.

Gabriel para mim é muito bom jogador, mas dada a sua pouca utilização nos jogos de preparação, não esperava que ele fosse titular, especialmente encostando Weigl. Mais à frente, Pizzi relegado para o banco para dar lugar ao Waldschmidt, fiquei de boca aberta sinceramente.

Pizzi já foi a certa altura o nosso melhor jogador, e continua a ser dos melhores em termos de estatísticas, mas ultimamente quando ele não tem estado ao melhor nível, tem faltado coragem para lhe tirar do onze. Por isso, foi bom ver um treinador que tenha a capacidade para mostrar que não há intocáveis no plantel, e que para ser opção, é preciso empenho.

Do jogo em si, deixo aqui umas observações.

MOVIMENTAÇÃO NÃO FALTOU

Na parte final da época passada, um dos vários problemas do Benfica foi a finalização. Eram vezes que os jogadores parece que andavam com os olhos tapados e não chegavam com perigo, e depois outras vezes a bola chegava lá, só que não entrava naquele rectângulo atrás do homem vestido de luvas.

E além da falta de eficácia, era mais que óbvio que não havia movimentação suficiente no ataque. Ou seja, a construção das jogadas por vezes demorava, mas depois quando se criavam desequilíbrios, era tudo muito lento, não apareciam movimentos de ruptura, e era tudo muito previsível.

Na Grécia, foi mais do mesmo. Os extremos ficavam pelas laterais, o avançado não arrastava os defesas, e o adversário estava bem confortável.

Em Famalicão, viu se um ataque rápido, transições que rasgavam a equipa da casa ao meio, e acima de tudo, um ataque com olhos postos no golo.

Para atacar é fácil, mas atacar com um foco e uma certa determinação é outra coisa.

Neste primeiro jogo notou se um Benfica que respirava vontade de marcar. Via se que cada passe tinha a sua razão, e ia bem além do que vários passes para o lado ou até para trás. Tentavam sempre jogar um futebol positivo, e enquanto que Everton e Rafa ajudaram muito neste aspecto, acho que a chave importante foi a dupla Darwin e Waldschmidt.

PROCURAR O ESPAÇO

Entre Seferovic e Vinicius, o Benfica tem dois avançados diferentes. Seferovic é capaz de descer entre linhas e ligar o jogo mas é mais um jogador que prefere jogar de costas para a baliza.

Vinicius também é capaz do mesmo, mas vejo nele um jogador que é important da marca de grande penalidade pra frente. Ou seja, uma equipa que consiga chegar à linha de fundo, ou que entre muito na área e consiga fazer cruzamentos atrasados, então Vini é o homem certo como mostrou com maior parte dos golos que marcou a época passada. Mas, o que nenhum deles consegue fazer com regularidade é procurar o espaço.

Mesmo não tendo marcado, Darwin com os seus movimentos abriu muito espaço na defesa do Famalicão. Viu se bem no segundo golo de Waldschmidt a sua capacidade para explorar o espaço, e depois poder na fase final da jogada decidir da melhor maneira.

Com essa movimentação, Waldschmidt tem a possibilidade de gozar com esses espaços.

O jogador Alemão por várias vezes apareceu à entrada da área com a bola no pé, com tempo para decidir. Haver espaço já é uma vantagem, mas depois para ter um jogador que saiba aproveitar é ainda mas importante. Quantas vezes apanhamos a bola em zonas vantajosas no terreno e o resultado final foi péssimo?

Obviamente que cada adversário irá abordar o jogo de uma maneira diferente, mas esta dupla mesmo tendo pouco conhecimento um do outro ainda, promete, e muito.

Veremos quais as decisões de Jorge Jesus no próximo jogo em casa frente ao Moreirense, mas acredito que este onze que ele apresentou não deve estar longe das suas preferências.

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Michael Gonçalves

Michael Gonçalves

Desde miúdo que o Benfica faz parte da minha vida. Sou Luso-Americano, mas tenho o coração em Portugal. Enquanto que o sonho de ser jogador profissional não deu certo, agora tento transmitir as minhas ideias e a minha paixão pelo Benfica em palavras. Na vida pode se trocar de mulher, mas nunca se troca de clube!