O Benfica carimbou a sua presença nos oitavos de final da Taça de Portugal sexta-feira, mas a vitória só chegou já perto do final.

Com alterações previstas, do onze escolhido por Jorge Jesus, oito desses jogadores não participaram nas suas seleções. Isso permitiu a possibilidade de apresentar uma equipa forte sem perder intensidade.

Depois de uma paragem prolongada, o início do jogo não foi muito interessante. Um jogo calmo, com o Benfica a ter mais bola, mas nada de muito perigo. Foi só a partir dos 15 minutos que as equipas começaram a entrar num ritmo mais elevado.  

A equipa de Jorge Jesus instalou se no meio-campo adversário, e acabaram por criar várias oportunidades para inaugurar o marcador. Contra o Braga a eficácia esteve a um nível alto, desta vez, pecaram na finalização. O empate ao intervalo não se justificava pelo que os encarnados jogaram, o que levava muitos e lembrar o jogo perdido em casa diante o Portimonense. Será que estávamos a ver o mesmo filme?

Esse possível filme de horror ficou ainda pior, quando Nuno Santos aproveitou um alívio incompleto de Vertgonhen, e fuzilou as redes de Helton Leite.

Felizmente, o desfecho da partida foi bem diferente.

A desvantagem não se justificava, e o Benfica mostrou isso mesmo com a sua resposta ao golo dos castores.

Foram preciso cinco alterações e algumas mudanças táticas, mas no final, o resultado foi o que todos desejávamos.

PONTO ALTO

Naturalmente é sempre mais fácil encontrar notas positivas depois de uma vitória. Enquanto um é obvio, mas merecido, o outro certamente passará despercebido por várias razões.  

✅ Seferovic | Depois de uma paragem prolongada devido a lesão, o internacional suíço não demorou muito tempo a ter um impacto no jogo. Aos 74 minutos, entrou para o lugar de Darwin, e aos 82, de cabeça, concretizou um cruzamento perfeito de Taarabt. Estava completa a reviravolta no marcador.

Na conferencia de imprensa pós jogo, Jorge Jesus mencionou que Sef provavelmente só teria capacidades para aguentar entre 20 a 30 minutos. Ainda bem que só foram preciso 15 mais os descontos.

Como já tinha destacado na antevisão ao jogo, Sef oferece características diferentes das dos seus companheiros. Gonçalo Ramos e Darwin são jogadores mais móveis, podendo descer para ajudar a ligar o jogo, atacar a profundidade, e até jogar mais encostados à linha. Já Sef e Yaremchuk são jogadores mais fixos, jogadores de finalização, e a sua melhor arma é estarem frequentemente na zona de golo.

Isso ficou bem claro neste jogo com os problemas que o suíço causou à defesa pacense em pouco tempo que esteve em campo, e acabou premiado com um golo e uma assistência no golo de Everton.

Nota se que ele vem à procura de tentar garantir um lugar no onze, o que aumenta a necessidade dos seus colegas estarem focados e concentrados.

✅ Substituições | Foram várias as ocasiões em que muitos de nós criticamos as substituições de Jorge Jesus. Incapazes de percebermos a ideia que ele tentava introduzir ao jogo, ou até as mudanças que não acabaram por resultar na prática, já todos tocamos nesses assuntos.

Sexta-feira, o facto das mudanças que ele fez terem um impacto claro e vantajoso no desenrolar da partida certamente vão passar ao lado da conversa por causa do resultado final.  

Foi forçado a lançar Lazaro com a lesão de Radonjic no início da segunda parte. Pouco depois do Paços fazer o 0-1 foi quando Jorge Jesus arriscou, e bem.

Taarabt foi lançado para o lugar de Gedson, que praticamente era uma troca por troca. Ao mesmo tempo, Pizzi entrou para o lugar de André Almeida, e o Benfica desmontou a linha de três centrais. Essa mudança fez com que Pizzi pudesse jogar em terrenos mais avançados, sem ter muitas responsabilidades para defender.

Ainda em desvantagem, Seferovic entrou aos 74 minutos para o lugar de Darwin. Enquanto muitos esperavam a saída de Everton para a entrada de Gonçalo Ramos, JJ mais uma vez desmontou a tática tirando Weigl, desta vez passando de um 4-3-3, para praticamente um 4-2-4.

Seferovic e Gonçalo jogavam juntos no ataque, com Everton e Rafa nas laterais a tentarem criar oportunidades para os avançados.

Muitos que só são capazes de criticar JJ vão dizer que ele teve de arriscar. Sim, teve de arriscar, mas quantas vezes tendo de arriscar o vimos manter a linha de três no ataque, ou até mantendo uma linha de três centrais?

Quando é para criticar e é merecido, cá estarei eu para o fazer. Mas, também sou capaz de lhe dar mérito quando ele o merece, o que infelizmente muitos não conseguem fazer. Claro, não podemos deixar de aplaudir os jogadores, porque foram eles que corresponderam às ideias que o mister lançou.

AGORA, MAIS A SÉRIO

Tive dificuldades em encontrar um ponto negativo, ou até um assunto mais a sério. Pensei na possibilidade de tocar na exibição menos conseguida de Gedson, mas seria injusto tendo em conta que ele já não jogava há vários meses.

⚠️ Mais Uma Lesão Muscular | Durante esta época, que ainda nem chegamos a Dezembro, temos tido várias lesões, algumas até musculares. Desta vez, foi a vez de Radonjic.

O internacional sérvio esteve no jogo histórico para a sua seleção na Luz do último fim de semana, e teve mais uma oportunidade no onze contra o Paços.

Até fez uma exibição bem conseguida. Teve várias oportunidades para se juntar ao ataque, procurou o um contra um, e fez o que muitos dos extremos do Benfica não fazem; ir à linha de fundo. Depois, de repente numa jogada encostada à linha lateral, antes de saltar por cima de uma defesa, sentiu se pelos vistos de uma lesão na coxa direita.

Notava se pela reação dele que o tal spray mágico não iria chegar.

Esperamos que não seja nada de grave. Ele chegou ao clube tarde no mercado de transferências, e entre as lesões e as deslocações à seleção, não tem tido uma oportunidade para jogar com regularidade e ter alguma consistência no seu jogo.

Do que tem mostrado nas poucas oportunidades que teve, ele tem potencial para ser uma dor de cabeça para os defesas adversários; agora só precisamos que esteja disponível e em forma.

Qual foi o teu ponto alto, e o mais a sério desta partida? Deixem os vossos comentários.