DUPLA JORNADA: DEPOIS DO ÚLTIMO SET

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A equipa principal feminina de voleibol do Sport Lisboa e Benfica arranca o ano de 2022 com o pé esquerdo, ao somar duas derrotas no retorno ao Campeonato Nacional.

Uma jornada dupla amarga, onde as encarnadas somaram um único ponto em duas prestações relativamente divergentes.

PORTO VÓLEI – BENFICA: RESSACA ENCARNADA

Uma partida que me deixou genuinamente intrigado.

O fator visitante tem sempre algum ímpeto, especialmente após uma paragem competitiva que pode naturalmente afetar o ritmo e a prestação de qualquer equipa.

No entanto, foi pouca ou nenhuma a Chama Benfiquista que acendeu no Pavilhão do Colégio Efanor no passado sábado.

Não foi uma partida agradável de se ver, pelo menos como Benfiquista, já que a turma caseira foi surpreendentemente superior em qualquer setor quando comparada com as forasteiras.

Um emblema que ambiciona a luta pelo título nacional não se pode dar ao luxo de se apresentar assim na quadra.

O arranque do 1º set foi positivo, no qual conseguimos reter uma vantagem relativamente confortável na maioria do parcial.

Chegaria um 13-17 fatal, a partir do qual a superioridade inaugural nos escorregaria por entre os dedos a um ritmo alucinante.

O 2º e o 3º set seguiram caminhos semelhantes, já que a turma portuense garantiu uma ampla margem pontual desde os instantes iniciais dos parciais.

Correr atrás do prejuízo é sempre complicado, especialmente quando em solo desconhecido.

O emblema caseiro foi superior no ataque, apesar de uma distribuição de certo modo rotineira e previsível, na receção e na defesa via bloco.

Também no serviço se destacaram, tendo representado o lado que menos erros individuais somou ao longo do encontro.

No final das contas, foi uma derrota justa – venceu a equipa que demonstrou mais raça, mais querer e mais ambição na quadra.

PARCIAIS

1º SET: 25-22

2º SET: 25-18

3º SET: 25-23

BENFICA – SPORTING: DESCOROADAS NA LUZ

Após um resultado desolador, o fator psicológico pode entrar em ação, e era precisamente esse o meu maior receio.

Confesso que não esperava uma resposta tão positiva das nossas guerreiras, mesmo tendo o saldo final sido negativo.

Foi um dérbi de vaivém, ao ritmo do acompanhamento de altíssima qualidade de um comentador conhecido e acarinhado por todos – o Mister Marcel Matz, treinador principal da equipa masculina de voleibol do Benfica.

Vaivém no sentido em que os parciais viriam a ser maioritariamente decididos consoante o rumo inicial dos sets, de forma alternada entre ambos os emblemas.

Uma partida em muito decidida por pormenores, especialmente quando olhamos para o 2º e o 4º set, não excluindo naturalmente a negra que daria um importante triunfo à turma leonina.

Entrámos mal, o Tico e o Teco provavelmente ainda tremidos após a passada derrota a Norte abriram via verde para a superioridade inicial forasteira.

Posteriormente, surgiria uma excelente resposta encarnada, que garantiu carimbo caseiro nos 2 sets que se seguiram.

Aqui sim apareceu Benfica, o Pavilhão nº2 aquecia à medida que a Turma Benfiquista aumentava progressivamente a qualidade de jogo, tanto no setor ofensivo como defensivamente.

A assinatura final seria leonina, já que o conjunto de Alvalade completou a reviravolta do resultado ao vencer tanto o 4º parcial como a negra, onde o fator individual foi especialmente preponderante.

Diria que a maior divergência entre ambos os lados se verificou no momento da receção, no qual o emblema de Alvalade foi relativamente mais expressivo em comparação com as comandadas de Nuno Brites.

Poderia ter havido mais dinâmica ofensiva, algo que beneficiou a receção verde e branca em resposta às investidas encarnadas:

  • 53% dos pontos caseiros surgiram da posição de oposto, com especial destaque para Letícia Bonardi que somou uns sonantes 28 pontos, sendo a maior pontuadora do encontro.

Um dérbi nunca deixa de ser um dérbi, e o contexto de dupla jornada não foi favorável às águias, mesmo disputando a Coroa Lisboeta em casa.

Não tenho a mínima dúvida que uma Resposta Gloriosa está para breve: perdemos a batalha, mas ainda temos uma guerra para vencer.

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