A equipa principal masculina de voleibol do Sport Lisboa e Benfica arrancou oficialmente a presente temporada com o pé esquerdo, após ter saído derrotada diante da Associação de Jovens da Fonte do Bastardo por 1-3 na disputa pela Supertaça.
UM REGRESSO CINZENTO
Qualquer encontro que surja num contexto semelhante ao que atravessamos tem os seus “senãos”.
Foram dados neste verão os primeiros passos de uma renovação inevitável, com duas saídas e uma entrada que seguramente tiveram o seu peso na rotinização atual da equipa.
No computo geral, as indicações da pré-época findada foram positivas e trouxeram-nos inconscientemente de volta a aura de um Benfica inabalável.
Eis que surge a Associação de Jovens da Fonte do Bastardo – indiscutivelmente uma das maiores potências no panorama do voleibol masculino em Portugal – que após a conquista da primeira Supertaça da história do clube vem sendo estranhamente banalizada pelo “adepto comum”.
Era expectável que saíssemos derrotados no passado sábado? Não, claro que não.
Mas existem alguns pontos que vêm sendo ignorados aquando de uma avaliação mais cruel deste mesmo encontro.
PRODUTO FRESCO
Se houve quem não tivesse mãos a medir neste verão foi a turma açoriana.
Para além das mudanças na equipa técnica que se verificaram, o próprio plantel levou uma demão como não se via há muito tempo no nosso campeonato.
Foram “mais de meia dúzia” os reforços de altíssima qualidade num único mercado, algo que os coloca automaticamente mais perto da disputa direta por títulos.
Foi João Coelho por João Coelho, mas as dinâmicas de cariz técnico-estratégico em muito mudaram desde que os encontrámos na final da última Taça de Portugal.
Um fator que teve naturalmente o seu papel nesta derrota, que não se pode nem deve resumir apenas à infeliz imprevisibilidade do nosso adversário.
SIDE-OUT BEM OUT
Mesmo enfrentando um adversário de peso, com pegadas positivas dentro e fora de Portugal, continuamos a carregar um Símbolo ao peito que quase nos obriga sempre a vencer mais e mais pela sua grandeza.
Não fizemos o suficiente para isso – perdemos de forma justa diante de uma equipa que esteve indiscutivelmente melhor que nós – mas é importante que este dia não seja esquecido.
De todos os fatores estatísticos de maior relevo, o único no qual nos destacámos foi a receção, que acabou por não ser convertida positivamente dada a nossa atípica eficácia ofensiva.
Não dificultámos o jogo ao adversário e pagámos caro por isso: o serviço não incomodou a coesão defensiva açoriana e o nosso bloco ficou esquecido na Luz.
“Sozinho na Rede”, Chicago Nova Iorque Santo Tirso
Foi um daqueles dias “para esquecer” que não deve de todo ser esquecido – há que assumir os erros cometidos e corrigi-los da forma mais atempada possível para que numa próxima não se repitam.
No entanto, é importante não crucificar injustamente estes Benfiquistas que, em tempos mais cinzentos, foram das nossas únicas fontes de Luz.
Agora, o foco só pode estar em Apeldoorn, temos uma vaga na Liga dos Campeões para garantir.