Malta, preciso que me ajudem aqui a analisar estes dados: primeiro classificado no campeonato (à condição), defesa menos batida, segundo melhor ataque, uma só derrota nos últimos vinte jogos em todas as competições (dentro do tempo regulamentar), oito vitórias seguidas na Luz… isto conta para alguma coisa?
É capaz de não contar muito, uma vez que a época ainda vai a meio e há muita bola para rolar. Mas sejamos coerentes: se é verdade que ainda só ganhámos a Supertaça, também não é mentira que ainda não perdemos grande coisa.
Todos contávamos com a conquista da Taça da Liga, obviamente, mas não é esse falhanço que vai determinar o insucesso da equipa nesta caminhada. Trata-se do troféu menos importante de todos, apesar de o Benfica ter a obrigação de ganhar toda e qualquer competição que disputa.
A saída da Champions foi inesperada e, de certa forma, inexplicável. Algo que já tinha acontecido noutros anos e que acabou por desmoralizar o grupo e os adeptos cedo demais, mas aquele apuramento no último minuto para a Liga Europa acabou por ser o respiro que todos precisávamos depois de um trimestre europeu penoso.
E agora estamos cá! Vencemos o primeiro jogo com o Toulouse em casa e vamos agora com toda a confiança arrancar o apuramento a terras francesas.
O calendário é-nos favorável até aos dois encontros seguidos com Sporting (Taça de Portugal) e FC Porto (Liga).
Não estamos a jogar bem, é certo. Temos plantel para jogar muito, muito melhor. Há jogadores no onze que a maioria dos benfiquistas nem sequer sentava no banco. João Mário não corre, Di María não desce, Rafa é perdulário. O mister demonstra teimosia e insiste em táticas que nos confundem.
Tudo isto é certo.
Mas se a estética de jogo não acompanha -nem de longe nem de perto- as expectativas que tínhamos para esta época com este fantástico grupo de jogadores, há que admitir que os números jogam a favor de Schmidt.
Assumindo, como disse, o desaire na Champions e a lotaria dos penaltis em Leiria contra o Estoril, o facto é que estamos cá, estamos juntos e estamos bem vivos em três competições que queremos muito vencer!
Não sei se os números contam para alguma coisa. Mas confesso que, se o acordo que Schmidt tem com os Deuses é o de jogar menos bem para conquistar estas três competições, então vamos a isso. Pode contar comigo.