Roger Schmidt fez hoje a sua primeira antevisão da época. Abordou o tema de Renato Sanches, a saida de João Neves, e como sempre, as perguntas sobre a pressão da época. Fica aqui a tradução sem polémicas, algo que a CS em Portugal gosta de criar.
BTV | O que podemos esperar deste primeiro jogo com o Famalicão, e como descreves este novo Benfica, e qual as tuas impressões da equipa?
Depois de uma pré-época difícil, as minhas impressões são boas. Acho que os jogadores trabalharam bem nesta pré-época, tivemos de integrar alguns jogadores novos. No total, a mentalidade e o foco dos jogadores nos treinos e nos jogos foi muito boa. Experimentamos algumas coisas durante a pré-época, e acho que estamos preparados para dar início à época. Também estamos contentes por começar a época. Foi uma pré-época longa, e a certa altura precisas dos jogos competitivos, e para começar num jogo fora em Famalicão é uma tarefa difícil mas sabemos disso dos últimos dos anos aqui, e agora resta nos a nós transferir tudo que fizemos nos treinos e nos jogos para o campo em Famalicão.
No geral, acho que os jogadores estiveram bem. Infelizmente tivemos duas lesões; Scheljdrup e Rollheiser. Vão regressar nas próximas duas ou três semanas. Todos os outros jogadores estão disponíveis e em boa forma, agora temos de mostrar isso em campo.
A Bola | O que vai faltar à equipa sem João Neves? O que pode Renato Sanches acrescentar à equipa?
Infelizmente o João Neves saiu, e acho que todos gostamos dele como pessoa e como jogador, mas o futebol é assim. Era esperado que talvez tínhamos de fazer uma grande venda este verão, o António ou o João Neves, mas o mercado ditou essa decisão. No final, o João queria sair e também foi uma transferência boa para o clube. Claro, temos saudades dele mas faz parte do futebol. Do lado positivo, o António ainda está cá, ele foi um jogador importante para nós nos últimos dois anos, e também o vai ser nesta época. E o segundo aspecto positiva é o regresso de Renato Sanches. Depois de 6 ou 7 anos fora do Benfica, claro que sabemos do seu percurso nos últimos anos. Mas tenho de dizer que as minhas impressões em relação a ele são muito boas. Gosto da atitude dele, está a trabalhar bem nos treinos, e claro a nossa primeira tarefa é fazer com que ele esteja em forma para a época, mas esta primeira semana foi top em relação ao futebol jogado em termos físicos. Fizemos o melhor que podíamos; perdemos um jogador, tratamos das nossas finanças, e recebemos um bom jogador de regresso ao Benfica. É esta a situação dos dois jogadores, e estou contente.
Sport TV | Di Maria fica mais uma época no Benfica. O ano passado falamos várias vezes da possível continuidade do Argentino. O quê que acrescenta um jogador aos 36 anos a uma equipa?
Muita qualidade. Mentalidade ganhadora. Acho que ele foi o último a regressar, o que diz que ele foi quem jogou na final e venceu a final outra vez. Já ganharam duas [Copa América] seguidas, e pelo meio o Mundial. Acho que ele mostrou a qualidade dele a época passada, e como eu disse no final da época passada que o meu desejo era que ele ficasse mais uma época e acabou por acontecer e estou contente. A qualidade, a experiência, a mentalidade ganhadora, juntando tudo, ele acaba por ser um jogador importante. Ele vem de três semanas de férias, fez algum trabalho individual mas obviamente que não está na sua melhor forma neste momento como alguns outros jogadores. Mas nas próximas semanas o nosso objectivo é fazer com que possam todos estar em forma e claro para vencermos os nossos jogos e começar já no Domingo.
SIC Notícias | Nesta altura a equipa está mais forte do que estava há um ano? Quem é que é o principal favorito à conquistar o campeonato?
Vamos ver, temos de mostrar dentro de campo. Penso que responder a isso antes de começar a época não faz sentido, mas sentimo-nos preparados para uma época difícil. É claro que temos adversários competentes em todas as competições. Os adversários são sempre os mesmos, mas no geral, vejo uma equipa equilibrada. Tivemos alguns problemas a época passada porque não tivemos esse equilíbrio, tivemos problemas nas laterais, mas com o Álvaro [Carreras] e Niklas [Beste] na esquerda, e Bah está de regresso na direta oferece nos mais organização no campo. Aursnes joga mais adiantado, a posição em que ele jogou na primeira época a nível elevado. Temos alguns jogadores novos na frente como Pavlidis, Leandro Barreiro no meio campo, e temos alguns jogadores jovens que se juntaram à equipa e têm estado bem na pré-época. Neste momento vejo muita qualidade no treino, energia positiva, e muito compromisso para com a maneira que queremos jogar. Queremos jogar futebol ofensivo com muita intensidade e o meu sentimento neste momento é como se viu nos jogos de pré-época é que a equipa também gosta de jogar assim. Isto é algo que já reparei, mas agora a pré época acabou, e já ninguém se interessa disso. Tudo que trabalhamos temos de levar para o jogo domingo.
Jornalista voltou a pedir uma resposta concreta sobre o favorito para o título.
Acho que já respondi à pergunta, agora tu podes decidir quem é o favorito. Nós queremos vencer o título é claro, mas não me importa se somos os favoritos.
RTP | Desde que está no Benfica, esta é a época em que está mais pressionado para vencer?
Cada época é que tem mais pressão. De certeza na próxima época irás colocar a mesma pergunta. Nós estamos no Benfica, não é um trabalho fácil, é um clube muito exigente porque as expectativas são sempre que se vençam jogos e que se conquiste títulos. Cada jogo tem a sua pressão, mas estamos habituados a isso e já o demonstramos nas últimas duas épocas. Somos capazes de lidar com essa pressão, mas também manter o foco em jogar futebol. Para lidar com esta situação é usar os 90 minutos para mostrar que somos melhores que o adversário, ter uma ideia clara de como queremos jogar, e jogar com intensidade. É este o nosso foco, e a vantagem de jogar um futebol pró-activo, onde depois não há tempo para pensar na pressão durante o jogo, então tens de pensar no que tem de ser feito dentro de campo e acho que é esta a melhor maneira de lidar com esta situação. Sabemos da nossa qualidade, estamos confiantes em nós próprios, temos respeito pelos nossos adversários, e isto ajuda em lidar com a pressão.
CMTV | Numa altura em que se fala da venda de David Neres para Itália, depois de ter perdido João Neves para o PSG, dois jogadores que foram importantes para si nas duas primeiras temporadas, isto acaba por dificultar o trabalho do treinador, perder este tipo de jogadores?
Neste momento ele é nosso jogador. Estamos no meio de Agosto e enquanto que o mercado está aberto, temos de sempre lidar com situações destas porque vai sempre haver interesse. Há sempre rumores, mas não faz sentido pensar muito nisso. O que precisamos é de ter um plantel que possa lutar por títulos, e acho que temos plantel para isso. O equilíbrio está lá, mas temos de sempre aceitar que há interesses. Estou confortável com isso, mas a dois dias do primeiro jogo, o meu foco é no jogo. Estas coisas acontecem nos bastidores, alguns jogadores podem sair antes de Setembro, alguns podem chegar, é possível, mas isso não está totalmente no meu controle. No final as decisões são feitas por muitos grupos de pessoas.
O Jogo | Falou de Renato Sanches, a verdade é que ele chega ao Benfica depois de algumas épocas com muitas lesões. O que lhe pergunto – será possível fazer como se fez com Di Maria que também chega ao Benfica numa altura em que vinha de muitas lesões, épocas atribuladas, acha que é possível Renato Sanches ter uma época como teve Di Maria? Muito regular, muitos jogos, ou de facto o Renato chega com alguma limitação física, tem ideia de ter algum limite nos jogos, limite de minutos?
Dissestes que o Di Maria chegou ao Benfica com lesões? Acho que é um bom exemplo. Acho que ele jogou o maior número de minutos na carreira dele. Claro que sabemos da situação do Renato, mas por causa disso, ele hoje é jogador do Benfica. Se estivesse sempre em forma, teria jogado sempre a um nível elevado, e provavelmente o regresso ao Benfica não seria possível. Sabemos deste risco mas temos confiança no nosso departamento médico, nos preparadores físicos, e na motivação do jogador. Agora cabe nos a nós para tratar dele, não sermos muito exigentes, e dar oportunidades no momento certo para que possa jogar o seu melhor futebol. Eu disse no início que a primeira semana foi impressionante. Eu não esperava que ele estivesse já a este nível. Por agora, está tudo bem, semana a semana vamos vendo como ele está, e quando pode fazer parte dos convocados, o que não será amanhã. Não acho que isso seria uma boa decisão, mas tenha muita convicção que ele será um jogador muito importante para nós.
Record | Já falou de David Neres, mas sabendo que há um acordo entre o jogador e o Nápoles, faz sentido o jogador viajar com a equipa para o jogo de amanhã com o Famalicão? E aproveitava também para perguntar – nos últimos jogos da pré-época usou sempre o mesmo XI [diante o Feyenoord e Fulham], podemos contar com essa equipa para amanhã?
Com a negociação dos jogadores, não posso falar de detalhes, e espero que possas compreender isso. Eu não sei se há acordo ou não. O que posso dizer é que não posso anunciar os convocados nem o XI para amanhã. Quando vês a nossa pré-época, jogamos com onzes semelhantes e estivemos bem. Há sempre a possibilidade de algumas mudanças, mas não será um onze completamente diferente. Os jogadores estiveram bem, e no primeiro jogo há sempre a pergunta de quais os jogadores em melhor forma, quais os jogadores com melhor conhecimento uns dos outros, e alguns jogadores regressaram tarde e obviamente não podem estar a um bom nível físico ainda com só duas semanas de treino. Estou contente com os jogadores todos, e estão todos bem fisicamente para pelo menos ter algum impacto no jogo. As próximas semanas agora vão ser importantes para ganhar ritmo e rotinas, e para ter todos a um bom nível físico