O principal problema do Benfica está diagnosticado, e não é o Bruno Lage. Posto isto, o Bruno Lage está na posição que efectivamente tem mais poder dentro do futebol praticado pela equipa, e é altura de tirar a cabeça da areia.
Se o Benfica, com o Braga ainda por cima a dar a primeira parte de borla, consegue criar apenas quatro oportunidades de golo, o problema do Benfica não é falta de eficácia. O problema é ter criado apenas quatro oportunidades de golo.
O Benfica cria muito pouco. Isto deve-se à pouca fluidez do jogo. A bola não sai dos defesas para o ponta de lança. O ponta de lança não consegue ligar com ninguém. O Aursnes anda visivelmente afectado com uma lesão. O Leandro Barreiro e o Florentino não conseguem ajudar a equipa com bola (o que não é necessariamente mau porque ajudam noutro lado). O Di Maria já não faz dribles como fazia. O Aktürkoglü não faz dribles de todo. E estes são quem joga 80-90% do tempo. Não há milagres.
Mas além da parte técnica, a equipa tem alguns jogadores combativos (Kökcü, Bah, Carreras, Otamendi) que têm ganho um número anormal dos duelos que disputam. Mas depois tem vários jogadores que não estão a dar essa agressividade (Aursnes, Aktürkoglü, Florentino, Pavlidis, Di María já nem conta). Essa parte não é treino. Isto é no jogador e aquilo que o treinador tira dele.
Há mais dois assuntos a falar. O Bruno Lage quando chegou ao Benfica coincidiu com uma fase que o Benfica marcou vários golos de bola parada. Quando a equipa não joga bem, as bolas paradas fazem milagres. O Sporting foi campeão na época passada com bolas paradas a decidir vários jogos. O Benfica entretanto tem tido imensas dificuldades em marcar golos de bola parada.
E por último é a mentalidade da equipa. Esta equipa não sabe estar a perder. Sofrem um golo e perdem-se no jogo. Mesmo quando jogam em casa e o público apoia, como apoiou no sábado. Isto mais uma vez não é treino. Isto é balneário, é entre os jogadores, é a mensagem do treinador.