ESTORIL – BENFICA: DEPOIS DO APITO FINAL

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Há vários adjetivos para descrever o sentimento de muitos Benfiquistas neste momento, mas para já, escolho frustração. O Benfica nestes últimos jogos resume se a isso.

Num jogo em que estávamos bem cientes das dificuldades antes do apito inicial, acabou por ser longe do que se esperava. O golo madrugador de Lucas Veríssimo aliviou qualquer nervosismo que a equipa pudesse sentir, só que depois os jogadores entrarem numa espécie de ‘cruise control’.

PONTO ALTO

Durante a partida, fui apontando algumas notas, e o que ficou bem evidente foi o controle do jogo. Achei que a equipa começou bem, e claro que o golo ajudou um pouco, mas olhando agora para o jogo depois to apito final, as notas positivas foram poucas.

Para não escolher os óbvios; Weigl ou até Veríssimo, escolheria Gonçalo Ramos.

Para a surpresa de muitos, se não todos, o jovem atacante entrou ao intervalo para o lugar de Yaremchuk. Passou se mais um jogo em que ele não conseguiu balançar as redes da baliza adversaria, mas achei que a sua entrada agitou um pouco com o ataque.

Teve alguns lances em que combinou bem com os companheiros, e até teve a oportunidade nos pés para assistir Grimaldo, só que o passe saiu um pouco atrás do defesa espanhol.

Nós falamos um pouco sobre ele no último podcast, e a opinião foi quase unânime em que ele não tem aproveitado, mas no meio de tanta mediocridade, ele é o que sobressai neste jogo.

Não posso deixar de mencionar que ele parece me um avançado mais útil com outro avançado mais próximo dele, do que num ataque a três. Ele é um jogador muito móvel, desce para ligar o jogo, procura a profundidade, e jogando como avançado único, quem é que aparece na zona de finalização? Nota se o potencial, mas será uma situação de precisar mais experiência e minutos, ou a necessidade de um companheiro no ataque?

AGORA, MAIS A SÉRIO

Tal como vimos na quarta-feira em Guimarães, o Benfica voltou a alcançar a vantagem cedo em Estoril. A maior diferença para mim foi que a equipa em Guimarães continuou a criar oportunidades e a acelerar. Em Estoril, a intensidade pouco se viu.

Ficou tudo muito confortável, e a equipa da casa praticamente não criou oportunidades de perigo. Lembro-me de uma defesa de Odysseas aos 68 minutos num cruzamento que sofre um desvio, mas de resto, o internacional grego foi espectador.

A equipa esteve confortável, até confortável de mais, o que lhes acabou por sair caro.

Raramente aceleravam o jogo, mesmo assim, tiveram oportunidades suficientes para marcar o segundo e matar o jogo.

Tirando fora 70 ou 80 minutos contra o Bayern, nos últimos seis jogos nota se que a equipa por vezes anda a passo. Duas vitorias, dois empates, e duas derrotas.

Enquanto uma vitoria foi após prolongamento contra o Trofense da segunda divisão, a segunda foi no último suspiro contra o Vizela, recém-promovidos.

Complacência parece a ser uma característica bastante perigosa desta equipa, e a determinada altura, podemos apontar o dedo em várias direções.

Para um treinador que se considera extremamente exigente para com o seu staff e jogadores, não se percebe a complacência e a falta de concentração. Em Estoril, vimos isso nos lances que resultaram no golo do empate.

O lance que resultou num lançamento mal assinalado a favor da equipa da casa foi o começo da desconcentração. Nos minutos finais, a mandar vir com o arbitro por causa de um lançamento, a sério? E no lance a seguir, surge o canto, e, bem, já sabemos como isto acaba.

Agora há dois jogos muito difíceis no horizonte; em Munich na terça-feira, e depois Braga em casa no fim de semana. As coisas daqui para a frente vão se tornar ainda mais difíceis, e claro, com a pressão, ainda mais difícil.

Não há necessidade de entrar em desespero total como tenho visto nas redes sociais. Há coisas a melhorar, obviamente; mas não vamos esquecer que esta equipa já mostrou coisas boas neste início de época.

Temos que continuar a ser exigentes, mas com a cabeça fria. Criticar sempre tudo e todos não é benéfico para ninguém, principalmente a equipa.

Qual foi o teu ponto alto, e o mais a sério desta partida? Deixem os vossos comentários.

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Michael Gonçalves

Michael Gonçalves

Desde miúdo que o Benfica faz parte da minha vida. Sou Luso-Americano, mas tenho o coração em Portugal. Enquanto que o sonho de ser jogador profissional não deu certo, agora tento transmitir as minhas ideias e a minha paixão pelo Benfica em palavras. Na vida pode se trocar de mulher, mas nunca se troca de clube!

3 Comments

  1. a questão do gonçalo é mesmo essa ele é segundo avançado quando joga a ponta de lança cria mas depois não existe quem finalize.
    ele é um jogador de aparecer na área e não de estar na área mas pelo vistos só este treinador é que não vê isso.

    eles não fizeram nada só que nós também não, tivemos duas oportunidades.

    nos últimos seis golos que sofremos, nas competições internas, cinco foram de cabeça, tres desses de canto e dois desses a papel químico um do outros, isto com tres centrais inadmissível.

    pois mas a equipa o ano passado no inicio também tinha mostrado coisas boas, e depois foi o que se viu.
    mas nem é preciso isso basta ir ver a segunda, terceira e quarta época que ele fez e perceber onde é que isto vai acabar.

    1. Obrigado pelo comentário João. Concordo com a análise do Gonçalo, e em relação ao JJ, há várias coisas para analisar. Só espero que possam corrigir os defeitos que ainda vão a tempo.

      1. sobre o treinador o que não faltam é coisas para analisar.
        basta olhar para primeira época que ele fez os defeitos já lá estavam todos e nenhum deles foi corrigido, com a agravante que ele agora tem muito menos qualidade ao dispor no ataque e que os adversários, principalmente os internos, sabem perfeitamente como o anular.

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