PORTO – BENFICA: FOI DESTA QUE APRENDEMOS?

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Mais uma final na Supertaça contra o nosso eterno rival, e claro, mais uma vitória para eles. Esperavam outro desfecho?

Sinceramente, isto só visto. Ao longo dos anos, em 12 finais na Supertaça, como é que o Benfica só consegue ganhar uma?! Eles agora contam com 22 Supertaças, metade vindo à custa do Benfica. E claro, não esquecer as quatro vitórias seguidas contra o Benfica em todas as competições.

A realidade é que o nosso clube não tem o mesmo ADN do nosso adversário, e até acho bem, mas, o que falta a este clube… sabem o que falta… alguém que possa ir lá para dentro e meter ordem. Alguém com os tomates no lugar e com a coragem de chegar ali e dizer meus amigos, aqui quem manda somos nós.

O que queremos e o que temos são duas coisas completamente diferentes.

Há aqui dois assuntos de que quero falar.

DEIXEM SE DO SABER O QUE É O BENFICA

Cada vez que o Benfica perde contra o Porto, o que tem sido hábito ultimamente, fala se sempre de que os jogadores não sabem o que é o Benfica. Fala se de que esses jogadores não têm muitos anos do Benfica, e não sabem o que é a rivalidade.

Para mim, isso é algo que possivelmente se fala em Portugal mais do que em qualquer outro país.

Faço lhe uma pergunta – as equipas na Inglaterra estarão todas recheados de jogadores das camadas jovens para perceberem bem o que é um derby? De certeza que não. Isto vem tudo dos jogadores. Se um jogador não consegue estar motivado para um jogo desta importância, está aí o maior problema.

Não é preciso que um Rui Costa, um Luisão ou qualquer outro digam aos jogadores o que é o clássico. Quando o jogador chega ao clube, se eles próprios não têm a vontade de perceber isso eles próprios, nunca vai dar.

O Samaris veio das camadas jovens? Ele fala melhor o Português do que alguns que lá nasceram. Com isso nota se a vontade do jogador querer perceber a cultura, e o clube!

O Rafa tem quantos anos do campeonato Português? É dito que ele é Benfiquista desde pequeno. Vimos um Rafa de faca nos dentes, pronto para a batalha?

Se formos bem a ver, o único que mostrou alguma garra e que não se encolheu perante o adversário foi o mesmo jogador que tudo e todos criticavam – Otamendi.

Eu disse no podcast esta semana, o clássico era o jogo ideal para o Otamendi mostrar serviço. Seria neste jogo que ele teria a oportunidade de mostrar aos Benfiquistas que ele está ali para honrar e batalhar pelo clube. E, fez isso mesmo!

Por isso, não me venham com cantigas de que é preciso jogadores que tenham anos do Benfica. Se o jogador quiser perceber a rivalidade e da importância, é só perguntar, ou fazer uma pesquisa na internet que ficam logo a saber tudo e muito mais.

SEMPRE OS COITADINHOS DA FESTA

Quando jogamos contra o Porto, sabemos perfeitamente o que vamos encontrar. Além dos detalhes táticos e técnicos, sabemos que vamos encontrar um adversário de peito cheio, com garra, com a vontade de disputar cada lance até ao fim, e, uma equipa dentro e fora do relvado preparada para pressionar quando for necessário.

Podemos dizer que as pressões não são corretas e que é vergonhoso e mais alguma coisa, mas a verdade é que eles continuam a somar vitórias, e nós ficamos aqui com as mãos abanar.

Quem vai para a guerra de faca na mão, e espera poder contrariar uma metralhadora, é o que acontece.

Espero bem que daqui a umas semanas, este Benfica entre no Estádio do Dragão com uma atitude bem diferente. Não é preciso fazer entradas a matar, ou andar a oferecer cotoveladas a tudo e todos, mas sim, mostrem vontade, mostrem garra, mostrem que do outro lado está uma equipa que está preparada para tudo.

Não quero nada destas amizades e a ajudar o adversário a se levantar. Eles que se levantem sozinhos, porque de certeza que não vão andar a dar a mão aos nosso jogadores. Querem ser meiguinhos, façam isso depois do jogo, mas durante os 90 minutos, quero o berro habitual para cavar faltas, quero pressão sobre o árbitro para analisar o lance, e quero jogadores a mandarem calar o adversário tal como fazem aos nossos.

Enquanto que não tivermos esta atitude, continuaremos a ser o bombo da festa!

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Michael Gonçalves

Michael Gonçalves

Desde miúdo que o Benfica faz parte da minha vida. Sou Luso-Americano, mas tenho o coração em Portugal. Enquanto que o sonho de ser jogador profissional não deu certo, agora tento transmitir as minhas ideias e a minha paixão pelo Benfica em palavras. Na vida pode se trocar de mulher, mas nunca se troca de clube!