DOR DE CABEÇA NO MEIO CAMPO (PARTE I)

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Já pouco falta para o recomeço do campeonato, e com isso, Bruno Lage tem cada vez menos tempo para tomar as suas decisões. A paragem no campeonato fez com que o plantel pudesse recuperar. Com isso, o técnico do Benfica agora conta com um plantel recheado de opções, o que lhe pode dificultar as decisões.

Ao longo da temporada, Bruno Lage fez alinhar 11 diferentes opções no centro do meio campo em jogos a contar para o campeonato. Das várias opções, no campeonato, nunca alinhou com os mesmos por mais de quatro jogos sucessivos. Seja por causa de preferência, ou lesões, a verdade é que agora mais do que nunca, o técnico Português tem de dar estabilidade ao meio campo, mas com quem é que ele vai optar?  

SAMARIS E GABRIEL NO TRIÂNGULO

Duas peças fundamentais da época passada, Samaris e Gabriel este ano só alinharam de início uma vez. Em casa contra o Portimonense na 9ª jornada, numa vitoria por 4-0, ambos beneficiaram de um Portimonense em 16º lugar.

Os dois trabalham bem juntos, mas há uma diferença fundamental da época passada – João Félix.  

Antes de Gabriel sofrer uma lesão no joelho, maior parte das vezes o Benfica alinhava com ele e Samaris, enquanto que João Félix jogava como um médio vagabundo.


Sem bola, Félix fazia um triângulo no centro do terreno com os dois médios, e com bola, ele aproveitava os espaços com só um avançado na frente de ataque.

Das variações todas, acho esta a melhor dupla no meio campo, mas terá de ser um meio campo a três. Com a ausência de João Félix, Rafa terá de fazer o papel do jovem avançado do Atlético de Madrid.

O ano passado, Rafa jogava a médio esquerdo. Na minha opinião, essa tática trabalhou porque no meio campo Félix conseguia ligar as linhas. A sua velocidade também abria muito espaço não só para o avançado, mas também até para Rafa e Pizzi fletirem de fora para dentro, movimento muito comum de ambos.

Entre linhas, Rafa também obriga que os centrais e médios adversários fiquem com um olho nele. Sem ele no meio campo, Gabriel e Samaris são sempre obrigados a carregar a equipa para a frente na construção de jogo. Características que Gabriel oferece, mas não é principalmente o forte do médio Grego. Assim, se o adversário conseguir pressionar Gabriel na construção de jogo, a saída para o ataque torna-se difícil.

Nesta situação, tendo Rafa mais adiantado no terreno, jogando no meio e não a extremo, ele oferece um passe em profundidade, o que vai fazer com que o adversário seja cauteloso na pressão. Com Rafa a extremo, ele provavelmente vai estar recuado no terreno tendo um papel defensivo maior do que se jogasse no triângulo.

A preferência será que Samaris ajude a destruir, Gabriel passa a ser o transportador da bola no meio campo, tendo em conta os espaços criados por Rafa. Mesmo sem bola, o internacional Português causa problemas ao adversário, por isso Gabriel terá mais tempo com a bola.

Obviamente que com tantas opções, esta decisão não estará fácil para Bruno Lage. Dos três mencionados no triângulo, o mais substituível poderá ser Samaris, mas o que lhe pode faltar em velocidade, ele recompensa em posicionamento, vontade, e o respeito que tem pelo símbolo que leva ao peito.

Irei falar mais ao longo da semana sobre as outras hipóteses no centro do terreno, mas para já, deixo vos com a minha preferência.

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Michael Gonçalves

Michael Gonçalves

Desde miúdo que o Benfica faz parte da minha vida. Sou Luso-Americano, mas tenho o coração em Portugal. Enquanto que o sonho de ser jogador profissional não deu certo, agora tento transmitir as minhas ideias e a minha paixão pelo Benfica em palavras. Na vida pode se trocar de mulher, mas nunca se troca de clube!