Dois empates seguidos desde o recomeço causaram pânico total entre os adeptos do Benfica. Olhando além do resultado final dos dois jogos anteriores, o que criou mais frustração foram as exibições, e as decisões de Bruno Lage.
O título está bem ao alcance, e com o empate na Vila das Aves terça-feira do Porto, a pressão quase que superava níveis inimagináveis.
Bruno Lage fez mudanças no onze, lançando Dyego Sousa no ataque, e na defesa, fez alteração forçadas. Nuno e Tomás Tavares juntaram se a Ferro e Rúben Dias na linha defensiva composta por jogadores formados no Seixal.
PRIMEIRA PARTE APAGADA
Ao contrário do que se viu em Portimão, o Benfica na primeira parte teve dificuldades em pegar no jogo.
Chegar ao último terço acontecia, só que na hora da decisão, como tem sido hábito, era tudo muito indeciso. Dyego Sousa descia no espaço para ligar entre linhas, mas com Taarabt incapaz de ocupar espaços criados pelo avançado internacional Português, o Benfica chegava à área com cruzamentos para Rafa ou até Pizzi, dois jogadores que não são conhecidos pelo seu jogo aéreo.
Rafa frequentemente ocupava espaços na zona central, o que criava espaços para Nuno Tavares do lado esquerdo. O defesa esquerdo até teve uns poucos de cruzamentos bem conseguidos, mas nota se que ainda falta lhe um pouco para amadurecer.
Ele encontrou se muitas vezes no um contra um, só que foi raro ele conseguir levar a melhor contra o seu adversário.
Foram muitos passes errados por todos, a equipa claramente sentia a pressão, e parecia que não se encontrava uma solução.
Quando o Rio Ave balançou as redes, foi aí que se notou o carácter e as intenções dos jogadores.
VONTADE DE RESPONDER
Na segunda parte, Bruno Lage lançou Seferovic no lugar de Dyego, e o avançado Suíço até entrou cheio de vontade.
A equipa aparecia mais solta, e com melhores intenções no último reduto do terreno. Mas mesmo com mais posse de bola em terrenos mais avançados, faltava aquela estrelinha.
Elmusrati travou Rafa no meio campo em falta, resultando na sua expulsão por acumulação de amarelos, e nasceu ali a oportunidade para o Benfica.
Demorou pouco tempo para que Seferovic empatasse o jogo, e estava relançada a partida. Contra 10, tinha de ser desta vez que conseguiam os três pontos.
Uma segunda estrelinha apareceu com a expulsão de Nuno Santos aos 73 minutos. Se for sincero, achei o vermelho direto forçado porque não me parece intencional, mas, lembrar que Jonas foi expulso por uma falta semelhante no jogo em Portimão o ano passado no jogo que ditou o fim de Rui Vitória.
Os minutos passavam, e o golo não aparecia, até que Weigl apareceu onde poucos esperavam. O internacional Alemão subiu lá bem alto num canto marcado por Pizzi, e de cabeça deu a volta ao resultado.
Apesar de ter arrancado os três pontos à força, para mim uma coisa foi clara – os jogadores estão com o treinador.
Vamos recuar ao jogo em Portimão o ano passado. A equipa parecia completamente perdida, foram dois auto-golos, e notava se que a equipa não tinha vontade em reagir.
Se pensarmos no que se tem passado os últimos meses – perder a liderança, a longa paragem, dois empates seguidos após o recomeço, o incidente com o autocarro, e o que se passou nas casas de certos jogadores e o treinador. Quando a equipa sofreu o 1-0, seria muito fácil para eles se irem abaixo psicologicamente. A perder, fora de casa, com tudo o que se tem dito e feito, se o plantel não estivesse com o treinador, o desfecho desta partida certamente seria bem diferente.
Os jogadores correrem, lutaram, e além de nem sempre tudo ser executado da maneira que se esperava, eles continuavam.
Após o jogo na flash-interview, Bruno Lage relembrou um momento chave de quando ele sucedeu a Rui Vitória – o seu primeiro jogo foi no Estádio da Luz frente ao Rio Ave.
Nesse jogo, o Benfica perdia por 0-2 aos 19 minutos. Seferovic e João Félix ambos marcaram dois golos, e o Benfica deu a volta ao jogo, e dali, todos sabemos o que se sucedeu. Pode ser que mais uma vez, um jogo contra o Rio Ave possa ser o momento da reviravolta desta equipa?