VINÍCIUS – OS NÚMEROS TRAIÇOEIROS

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Carlos Vinícius Alves Morais, mais conhecido por Carlos Vinícius no mundo do futebol chegou ao Benfica no verão de 2019. Após a sua chegada, o nome já era conhecido, tendo em conta que o avançado Brasileiro já tinha estado emprestado ao Rio Ave na época 2018/19 pela Napoli de Itália.

A maior surpresa em relação à contratação não foi o seu nome, mas sim o valor da sua transferência.

Depois de passagens por empréstimo pelo Rio Ave e AS Mónaco, e sem jogar num jogo oficial pela Napoli, o Benfica chegou a acordo com o clube Italiano por uma verba de €17M. A Napoli tinha pago €4M ao Real Sport Clube da Liga Pro em Portugal em 2018 pelo seu passe.

Com uma clausula de €100M, o avançado chegava ao campeão em título com as expectativas bem elevadas.

INICIO SEM ESPAÇO NO ONZE

Para começar a nova época, Vinícius não foi capaz de entrar no onze com RDT e Seferovic a fazerem dupla no preferido 4-4-2 de Bruno Lage. Mesmo com pouco espaço, aproveitou a sua primeira oportunidade na primeira jornada, fazendo o quinto golo no 5-0 contra o Paços de Ferreira.

Durante as primeiras quatro jornadas, foi sempre suplente utilizado, somando 38 minutos no total. A oportunidade começava se apresentar com a ineficácia de Seferovic e RDT, que juntos nas primeiras seis jornadas conseguiram dois golos entre eles (ambos de Seferovic) dos 15 que o Benfica tinha marcado até ao momento.

Vinícius regressou à equipa no fim se Setembro, após uma pequena paragem devido a uma lesão muscular, em que não esteve disponível na vitória em casa frente ao Gil Vicente, e a vitória arrancada a ferros em Moreira de Cónegos.

O seu regresso chegou a boa hora. Entrou aos 59 minutos em casa contra o V. Setúbal, e aos 64 minutos do pé direito, conseguiu empurrar a equipa para a vitória pela margem mínima.

A 30 de Outubro, Vinícius finalmente conseguiu o seu primeiro jogo a titular na Liga, e desde aquele momento, só duas vezes ele não jogou de início.

A IMPORTÂNCIA DOS GOLOS

Todos os golos são importantes de uma maneira ou outra. Enquanto que uns dão a vitória, outros podem dar até um empate. Acima disso, os golos levantam a equipa em termos de confiança e o seu estado anímico, principalmente um avançado.

Vinícius já leva 15 golos marcados na presente temporada, uma média de um golo por cada 92 minutos jogados.

Se analisarmos esses golos, dos 15 marcados, só três foram o golo da vitória, e um deu o empate em Santa Clara num jogo que o Benfica acabou por vencer.

Na sétima jornada, levantou a bola por cima do guarda-redes sadino, e de pé direito no meio dos defesas conseguiu o seu segundo golo da época.

Mais tarde na 14ª jornada em casa com o Famalicão, Vinícius marcou o primeiro golo num jogo que acabou 4-0 para os encarnados.

O terceiro foi mais recente, em Barcelos, num jogo difícil que o Benfica venceu por 0-1.

Em termos de assistências, das sete na Liga NOS, quatro resultaram no golo da vitória.

OS NÚMEROS MENTEM?

Como disse, os golos são importantes, mas os 15 golos são um pouco traiçoeiros, pelo menos para mim.

Ainda por cima, Seferovic parece totalmente perdido, e RDT não conseguiu encaixar. No plantel não havia outra opção viável, e enquanto que Vinícius começou num ritmo frenético, pode ser que ultimamente temos visto a realidade das suas capacidades?

Na realidade, Vinícius é forte em termos físicos, e é um avançado fixo que tem de estar na área. Ele de pé direito não é forte, o jogo aéreo também não é o seu forte, e ultimamente, parece que são preciso umas quatro ou cinco oportunidades para fazer um golo.

Nos jogos em que ele participou em 2019 pelo Benfica na Liga NOS, o avançado brasileiro marcou dez golos, em 12 dos que participou. No total foram 490 minutos jogados, com uma média de um golo por cada 49 minutos.

Desde o início do ano, já lá vão 11 jogos, com cinco golos marcados. No total, 888 minutos jogados, e uma média de um golo por cada 178 minutos jogados.

Olhando para os números, parece que tudo começou bem e estava de peito cheio, e agora que a equipa precisa de alguém que lhes empurre para a frente, ele não é o jogador para o fazer.

Contra o Tondela, ele raramente apareceu, a não ser um passe para Rafa logo no inicio, um remate que saiu para canto na segunda parte, e uma jogada em que vira o defesa do Tondela que acaba numa oportunidade para Pizzi.

De resto, como muitos criticam a presença de Pizzi no onze dadas as suas exibições, o mesmo tem de ser dito por Vinicius.

Vinícius é o terceiro jogador mais alto no plantel. É incrível pensar que um jogador com a sua força física e 1,90m de altura, ele não consegue causar problemas numa bola parada, ou até um cruzamento para a área. Se o cruzamento não for rasteiro, a probabilidade de ele fazer golo é igual à de Odysseas marcar um golo de um pontapé de baliza. Se não acreditam, vejam o golo que lhe foi oferecido pelo André Almeida em casa com o Braga.

Num jogo em casa com o Tondela em que o Benfica fez mais de 30 cruzamentos para a área, e com um avançado com a sua forca e estatura elevada, nem uma jogada de perigo praticamente. Parece impossível.

E para fechar esse pensamento – dos 15 marcados, sete foram praticamente só empurrar lá para dentro como certamente viram mais acima no vídeo. O avançado tem de estar no lugar certo, e no inicio ele fazia isso mesmo, mas mais recentemente, esse posicionamento tem lhe faltado, tal igual à sua eficácia.  

No banco, na minha opinião, Bruno Lage tem uma opção melhor, e chama se Dyego Sousa.  

Quando o internacional Português entrou contra o Tondela, em pouco tempo, ele enviou uma bola à trave de cabeça, e viu um remate defendido na linha de golo.

Fala se de que Dyego espreita a titularidade contra o Portimonense. Sendo verdade, a sua oportunidade no onze já vem tarde. Pode ser que o jogador que chegou a meio da época e que deixou muitos incrédulos pode ser o que relança a equipa para o 38.