BENFICA – SPORTING: DEPOIS DO ÚLTIMO SET

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A equipa principal masculina de voleibol do Sport Lisboa e Benfica carimbou um tremendo triunfo no dérbi lisboeta da passada quarta-feira, num encontro impróprio para cardíacos com direito a negra.

UM TRIUNFO ESPECIAL

Foi na raça, no crer e na ambição.

Confesso que foi dos que mais me marcaram, não só pelo impressionante ambiente vivido no pavilhão mas também pela lufada de Benfica que consolou perto de 1000 Benfiquistas até então desolados pela atual situação do Glorioso.

Viu-se Alma Benfiquista, e tal transpareceu no brilho das bancadas pintadas de vermelho naquela noite gelada.

Poucas palavras me sobram para descrever este grupo, mas na ausência de tais meios recomendo que assistam ao monumental 12-12 da tão temida negra.

Um ponto que em muito descreve o que verdadeiramente representa ser Benfica, e que certamente ficará na memória dos que presenciaram tal obra de arte.

DÉRBI É DÉRBI

Nível competitivo imensurável, que tão bem descreve a natureza de uma partida deste calibre.

Para tal são precisos 12 na quadra, e garra foi algo que sem dúvida esteve presente em ambos os lados da rede.

Curiosamente, a surpresa inicial foi forasteira, já que foram os comandados de Gersinho que marcaram o passo dos instantes iniciais do encontro, por meio de uma tremenda distribuição leonina.

O setor defensivo das águias não conseguia acompanhar as investidas ofensivas adversárias, e tal tendência fomentou uma corrida pelo prejuízo fatal.

O arranque do segundo parcial ditaria uma conversa nova: Marcel Matz ajustou a linha de bloco, principal lacuna até então, o que motivou uma leitura defensiva irrepreensível que garantiria a igualdade no placar.

No que toca às tendências ofensivas, foi evidente o investimento momentâneo nos ditos pontos curtos do lado encarnado – o contexto atual induzia uma taxa de concretização inferior em pontos mais prolongados, bem à Moda de Espinho.

Seguir-se-iam dois sets muito à voleibol. Ao contrário dos parciais iniciais, relativamente controlados por uma das equipas, tanto o terceiro como o quarto set levaram o pavilhão num autêntico vaivém de emoções. O marcador de pontos que o diga.

Foram ambos decididos por pormenores, que carimbavam o desfecho de tenebrosas igualdades em horário nobre.

Naturalmente, o ambiente era vibrante. A lotação esgotada fazia jus ao mais alto plano do voleibol nacional.

Na negra, também a arbitragem entrou na onda – de tão negra que foi julguei estar num velório.

Erros atrás de erros, que poderiam ter saído bem caros não fosse a crença e a determinação dos nossos guerreiros.

Seria na raça que este fenomenal dérbi seria fechado; seria precisamente na 6ª jornada que viria a 6ª vitória consecutiva sobre os Rivais da 2ª Circular.

Hoje não é dia de destaques individuais, ou de qualquer tipo de críticas de cariz técnico.

É dia de celebrar quem genuinamente honra o Manto Sagrado, quem verdadeiramente é digno de carregar o símbolo que carrega ao peito.

Algum dia chegaria a tão ambicionada lotação esgotada – que seja algo recorrente a partir de hoje, porque esta mística assim o merece.

“Ama o Benfica e nada te faltará.”

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