4-3-3 À BENFICA

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De há uns anos para cá não me tem sido possível ver o Benfica ao vivo tantas vezes quantas gostaria. É óbvio que gostaria de ver todos os jogos do Benfica ao vivo e isso também não é viável nem realista, mas pronto, nem que fosse 50-50, já seria um sonho tornado realidade.

O facto de ver quase sempre o Benfica na TV faz de mim um espectador de sofá. E quando teço algum tipo de crítica sobre as opções técnico-táticas de Roger Schmidt, transformo-me em algo que não suporto: um treinador de sofá.

Haveria muito a dizer sobre os vários benfiquistas que, durante mais de 90 minutos, um pouco por todo o mundo, assumem a batuta de treinador no conforto do seu Eskilstuna e começam a mandar abaixo tudo o que o homem faz, as decisões que toma, os onzes titulares que teima em apresentar, etc.

O artigo sobre a quantidade exagerada de treinadores de sofá benfiquistas fica para outro dia. Hoje venho desempenhar o meu papel de crítico e colocar a Mr. Schmidt uma questão já por várias vezes lançada no seio do benfiquismo: porque não três homens no meio campo?

Porque é que, tendo Tino, Neves, Aursnes e Kokçu no plantel, não faz pelo menos uma experiência a sério com três homens no meio-campo?

Com Tino a fazer de pêndulo, mais atrás, podemos escolher quaisquer dois dos outros para jogar um pouco mais à frente e reforçar uma zona do campo que -tal como se viu na segunda parte contra o Vizela- perde consistência de um momento para o outro, sem qualquer aviso prévio ou motivo que o justifique, obrigando a linha defensiva a trabalhos redobrados. Perdendo o meio campo habilitamo-nos sempre a perder o jogo.

No grupo d’O Cantinho já se abordou a dificuldade que as equipas apresentam, de uma forma geral, para garantir qualidade e consistência ao longo de uma época inteira. Não será por acaso que os atuais líderes dos grandes campeonatos vizinhos (Inglaterra, Espanha, Itália) jogam com 3 homens no meio campo, e que uma grande percentagem das equipas campeãs das suas ligas nos últimos anos, um pouco por toda a Europa, apresentavam também um onze titular nesses moldes.

Respeito e respeitarei sempre as decisões tomadas por um treinador do Sport Lisboa e Benfica, mas… será assim tão tarde para Roger Schmidt fazer essa experiência em alguns jogos?

Eu gostava, confesso. Gostava muito de ver um 4-3-3 à Benfica! E vocês?

(NOTA: este artigo foi escrito antes do jogo Vitória de Guimarães – Benfica).

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1 Comment

  1. todos e qualquer adepto de futebol que se preze é um treinador de sofá, ou de bancada, sempre foi essa a essência do futebol e sempre será.

    sobre a tática mencionada, que eu aprecio muito, existem dois entraves um é que não me parece que seja uma tática que o treinador domine de todo, quando se quer que seja implementada uma determinada tática convém contratar um treinador que a venha implementar.
    o segundo entrave é uma ideia enraizada, e completamente errada, nos adeptos que o clube tem de jogar em quatro quatro dois, com dois avançados, porque é a tradição e a génese do clube.
    ambas as coisas erradas porque o quatro quatro dois é uma tradição relativamente recente na vida do clube e pelos vários exemplos que temos ´não é só por jogarmos com dois avançados, se eles não forem bons, que as coisas correm bem só porque são dois.

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