Quando penso em Bruno Lage, não penso no treinador que foi demitido do Wolverhampton ou do Botafogo. Não penso no treinador que foi demitido do Benfica.

Se for preciso falar do historial de demissões de cada um dos treinadores, bons e menos bons, que se encontram no ativo nos vários campeonatos da Europa e do Mundo, falamos. Mas não é nisso que penso quando penso em Bruno Lage.

Quando penso em Bruno Lage, penso no homem que assumiu a equipa num janeiro difícil, em pleno Estádio da Luz, numa reviravolta diante o Rio Ave.

Penso no homem que pegou na equipa, deu 10-0 ao Nacional e foi ao Dragão fazer uma reviravolta épica.

Penso no homem que apostou a sério (apesar de não o ter lançado) João Félix, a jóia do Seixal que foi até hoje a maior venda de sempre do SLB.

Penso no homem que nos levou ao Marquês e, no auge da festa, em vez de se vangloriar, disse algo tão simples aos benfiquistas como “sejam felizes, há coisas mais importantes que o futebol, como a família e os amigos”. Um discurso que, por certo, faz falta neste momento a muitos de nós, adeptos de futebol.

Quando penso em Bruno Lage, penso num homem da casa que vem com a intenção de ajudar o seu clube a voltar às vitórias, ao bom futebol, à comunhão entre jogadores e adeptos.

E descansem aqueles que atribuíram o insucesso de Bruno Lage ao complô de três ou quatro vedetas no balneário do SLB. Neste momento não há grupinhos, não há vedetas. Neste momento temos apenas um plantel com um potencial enorme que ainda nenhum de nós percebeu muito bem onde pode chegar.

Quando penso em Bruno Lage, penso, sinceramente, que vamos voltar a ser campeões.

Mas confesso: também penso nos Super Wings. E, com eles, penso no quão alto podem voar estes jogadores e os nossos sonhos.

Vamos acreditar?