O REGRESSO DAS MARIAS #4

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No arranque da série de apuramento do campeão nacional, a equipa principal feminina de voleibol do Sport Lisboa e Benfica cedeu em terras nortenhas frente à AJM/FC Porto por 2-3, num encontro impróprio para cardíacos.

FALTOU LONGEVIDADE

Como já referi por múltiplas ocasiões, acredito genuinamente que temos em nossas mãos um plantel capaz de reconquistar o título nacional já na presente temporada.

Mostrámo-lo no domingo, e oxalá consigamos mostrá-lo em casa nos dois confrontos consecutivos frente à oposição portuense, desta vez de forma mais expressiva.

Presenciámos uma prestação inicial de tremenda categoria, sinceramente, do nível mais alto que já vi esta equipa produzir.

Que ia ser difícil, disso já estávamos conscientes, mas dado o desfecho dos dois primeiros parciais já só pensava num esmagador 0-3 a nosso favor.

O primeiro set, que terminou com uma vantagem de 13 pontos para a turma visitante, mostrou genuinamente as ganas e o potencial deste plantel:

  • RECEÇÃO POSITIVA: 67%
  • ACES: 2
  • BLOCOS: 2
  • EXECUÇÃO OFENSIVA: 50%

Estávamos bem no encontro, fomos indiscutivelmente a equipa que entrou melhor na partida e que marcou o passo nos momentos iniciais da mesma.

No segundo parcial, apesar da esmagadora diferença pontual com que novamente fechámos o set, surgiram algumas indicações estatísticas que tornavam possível, apesar de improvável, uma aproximação da prestação de ambos os lados da rede – cedemos em termos ofensivos nas ações da linha da frente, mas crescemos no serviço em comparação com o que fora verificado anteriormente.

O vento indicava Benfica pois, apesar do vibrante público que se fazia sentir, o peso de um 0-2 a nível psicológico é por muitas vezes um fator preponderante no decorrer de uma partida desta natureza.

Chegaria o fatal 3º set, no qual cedemos por demérito próprio e entregámos o testemunho da partida ao conjunto caseiro.

O side-out adversário marcou presença – fomos amplamente inferiores em termos defensivos e a superior finalização da oposição dificultou de forma notável a distribuição encarnada.

Tivemos as nossas chances, mas não fomos suficientemente competentes para as aproveitar num momento tão decisivo do encontro.

Num parcial disputadíssimo e de certo modo equilibrado, a luz de uma possível remontada no clássico brilhava no túnel portuense.

A atmosfera no Dragão Arena aquecia, e empurrava as azuis e brancas para um parcial extremamente dominador.

Estiveram péssimas no quesito receção, mas a incompreensível falta de eficácia ofensiva das águias indicava uma justa igualdade no placar.

À semelhança do que ocorreu no 2º set, triunfou o side-out “menos mau”.

Após o devastador restabelecimento da igualdade no clássico, e jogando longe dos nossos adeptos, só mesmo um milagre para nos garantir um triunfo que esteve tão perto de ser assegurado de forma esmagadora.

O abatimento psicológico foi visível, e a pujança adversária recorrente na segunda metade do encontro deixou a sua marca na negra por meio de um 6-0 desfavorável às encarnadas.

Uma derrota amarga, não só pelo contexto da partida tanto em termos históricos como competitivos, mas também pelo facto de termos desperdiçado uma prestação inicial absolutamente memorável.

Continuo, no entanto, confiante de que vamos conseguir reverter a tendência do play-off já este fim-de-semana.

Apesar do horário ingrato – dado o contexto desportivo Benfiquista – vejo com bons olhos uma atmosfera na Luz capaz de dar às nossas guerreiras aquele extra que nos faltou no embate supra mencionado.

Joguemos à Benfica, temos tudo para disputar firmemente o tão ambicionado campeonato.

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