Este ano aumentou-se o número de jogos da Champions League mas diminuiu-se o número de jogos da Taça da Liga. No final, o número de jogos de intensidade mais alta aumentou e isso sente-se.
Mas há várias Ligas com 20 clubes há vários anos. Há vários clubes que jogam este número de jogos há anos. O Benfica fez um esforço para se adaptar a isso. Tem plantéis mais profundos. Mas tanto o Roger Schmidt, como agora o Bruno Lage continuam a não conseguir fazer render esse esforço. E isso é visível. Vamos ver os dados.
Fui ver o Liverpool (39 jogos esta época), Barcelona (36), Arsenal (38), Inter (35), Bayern (33), Real Madrid (39) e ainda chutei um Aston Villa (36), um PSV (35) e um Brugge (40) só para mostrar que não é um problema de dimensão do clube.
Quantos jogadores destes nove clubes já jogaram mais de 500 minutos esta época? No Benfica só 17. A seguir vem o Bayern e o PSV com 18 jogadores, a maioria dos clubes tem pelo menos 20 jogadores com mais de 500 minutos.
Qual é o clube onde os 11 mais utilizados jogaram uma maior percentagem dos minutos possíveis? É o Benfica. Os 11 mais utilizados jogaram 77% dos minutos possíveis esta época. O segundo clube mais perto é o Barcelona com quase 74%, a seguir o Brugge com 73% e três dos nove clubes (incluindo o PSV) nem aos 70% chegam.
E só para fazer uma comparação mais directa (e manipulada), porque no Benfica o 12.º jogador mais utilizado (António Silva) tem 1951 minutos jogados e o 13.º (Leandro Barreiro) tem 1074, ou seja o Benfica na realidade roda sobretudo a 12 jogadores, fui comparar a percentagem de minutos jogados pelos 12 mais utilizados. Obviamente que o Benfica é o número um com quase 83% dos minutos possíveis. Nenhuma outra equipa passa dos 78%, e há seis equipas que nem chegam os 75%.
Não é só uma questão dos jogos. É uma questão de plantel. O Benfica joga sobretudo com 12 jogadores. Ninguém que faça este número de jogos, faz isso. Ainda por cima um desses 12 só volta no final de 2025.
O Leandro Barreiro tem que contar. O Prestianni tem que contar. O Amdouni tem que contar. O Arthur Cabral ou o Belotti têm que contar. O Dahl tem que contar. O Leandro Santos tem que contar. Alguém da equipa B tem que contar. Com este volume de jogos tem que ser assim. E se não for, dêem um prémio ao Benfica Lab porque em mais lado nenhum na Europa há clubes com esta a concentração de minutos em tão poucos jogadores.
Esta altura é apertada para todos. Há vários clubes no limite. O Bruno Lage tem que conseguir ganhar jogos com alguns destes jogadores no onze. De outra maneira se não morremos da doença, morremos da cura.