O ano é novo, e além do Benfica conseguir os três pontos, fica bem claro que ainda há muito a trabalhar nesta equipa.

Nelson Veríssimo regressou ao Estádio da Luz como treinador principal, e consegui entrar no ano novo da melhor forma. Foram três pontos importantes, o que também ajudou a encurtar a vantagem do segundo classificado para quatro pontos.

Com várias baixas no plantel devido ao COVID, Veríssimo manteve a tática do 4-4-2. Diria que a maior surpresa apareceu na frente de ataque com uma dupla composta por Seferovic e Gonçalo Ramos.

Três pontos já cá cantam, por isso o que há para dizer sobre este jogo?

PONTO ALTO

✅ Everton | Chegou a Lisboa com as expectativas bem altas. A verdade é que na época passada, não se conseguiu impor no futebol europeu.

Nesta nova época, já deu um cheirinho do Everton que vimos na Copa América e no Grémio, mas têm lhe faltado consistência.

A chegada de Nelson Veríssimo pode trazer um animo novo ao jogador brasileiro.

Num 4-4-2, tanto Everton como Rafa estão obrigados a uma tarefa defensiva mais exigente, o que lhes pode tirar algum impacto no ataque.

Achei que no jogo do campeonato do Dragão Everton apareceu mais solto, e sem medo de errar. Não foi capaz de fazer uma exibição completa, mas na minha opinião notei ali alguma diferença.

Contra o Paços, mais uma vez, pareceu me um Everton mais confortável com e sem bola, sempre a procurar ir para cima dos defesas contrários.

Foram pelo menos quatro passes a rasgar a defesa da equipa visitante, passes esses que os seus companheiros não conseguiram aproveitar.

A chegada de um novo treinador pode dar uma nova vida a Everton. Esperamos por uma segunda volta cheia de consistência e exibições de encher o olho. Ainda vai a tempo de influenciar esta época pela positiva.

📈 Destaques | O Benfica teve a bola maior parte do jogo, por isso defensivamente não foi um jogo muito exigente. No melhor e praticamente o único momento de perigo do Paços, Helton Leite foi chamada a intervir e correspondeu bem. O guarda-redes brasileiro tem sido alvo de críticas, mas há que destacar a importância desta defesa. Naquele momento, o jogo ainda só estava 1-0 para o Benfica, e o empate da equipa visitante seria um balde enorme de água fria para os encarnados.

Outro destaque merecido vai para Gonçalo Ramos. O jovem atacante mais uma vez desperdiçou duas oportunidades clara de golo, mas vendo o jogo mais a frio, nota-se que há ali potencial. Sem bola, ele aparece no meio-campo para criar ali um triângulo com João Mário e Weigl. Com bola, é um jogador vagabundo. Tanto está a aparecer entre linhas, como recebe a bola junto à linha lateral. Com um golo ou dois, e uma serie de jogos, pode ser que a confiança lhe possa fazer a diferença.

AGORA, MAIS A SÉRIO

⚠️ Intensidade e Eficácia | Ao longo da época, a equipa já mostrou capacidades de jogar a um nível muito elevado. Vem me à memória o jogo na Luz diante o Barcelona e até o Bayern Munique.

Por isso, se já o mostraram, é porque o conseguem.

Mas, o problema é que parece que só o fazem quando lhes apetece. Isto não se percebe.

Não há uma reação coletiva à perda da bola. Enquanto Gonçalo Ramos corria para pressionar o portador da bola, havia muito espaço entre linhas, o que facilitava a saída. Depois, um meio-campo a dois com João Mário e Weigl fica exposto porque não são jogadores rápidos.

Por muita tática que se queira trabalhar, fica bem claro para todos que há jogadores neste plantel que simplesmente não estão ao nível necessário.

Independente do treinador que esteja junto à linha lateral, por muitas palavras que possa dizer antes do jogo, os jogadores são os que andam lá dentro a correr. Enquanto que esses mesmos jogadores não mostrarem que são capazes ser mais intensos e agressivos com e sem bola, o nosso clube continuará a ser um cemitério de treinadores.

Qual foi o teu ponto alto, e o mais a sério desta partida? Deixem os vossos comentários.