Às vezes parece que a aposta no Tomás Tavares traumatizou o Bruno Lage. Está a repetir exactamente o mesmo erro que fez com o Jota.
O Jota ficou marcado porque fartou de ter oportunidades e nunca mostrou nada. Na verdade o Jota fez 28 jogos pelo Benfica, e em 20 deles jogou 15 ou menos minutos. Teve seis jogos onde fez mais de 45 minutos, e nesses seis jogos fez dois golos e uma assistência.
Passados estes anos todos, voltamos a ver a mesma conversa com personagens diferentes: Rollheiser, Schjelderup e Prestianni, todos a ser rotulados como cepos, sem nunca terem realmente uma oportunidade.
Eu percebo que o Bruno Lage teve que criar rotinas e um onze base com a época em andamento e jogos três em três dias — a primeira vez que teve cinco dias para preparar um jogo foi na semana passada. Mas a certa altura o Benfica precisa de ser mais do que aquilo que o Di Maria oferece ao jogo.
Precisamos de alternativas. Há talento no plantel. Meio mundo queria o Prestianni e o Schjelderup. O Rollheiser também tinha pretendentes por todo o lado. O Bruno Lage não os consegue meter em campo, da mesma maneira que nunca conseguiu pôr o Jota.