Antes da paragem no campeonato, Bruno Lage não podia contar com vários jogadores devido a lesão. Gabriel e André Almeida faziam parte do boletim clínico, dois jogadores que vinham a contribuir muito ao onze da equipa.
Enquanto que o medio Brasileiro é uma ausência de peso no centro do terreno, pode se dizer que o defesa Português deixou uma verdadeira lacuna na defesa encarnada.
André Almeida começou a temporada com uma lesão, o que não lhe permitiu fazer parte da goleada na Supertaça frente ao Sporting, tal como nas primeiras duas jornadas do campeonato. Ele regressou à terceira jornada sendo suplente não utilizado contra o Porto, jogo em que o Benfica perdeu por 0-2.
Na visita a Braga, André Almeida voltou de início, completando o quarteto defensivo ao lado de Ruben Dias, Ferro e Grimaldo.
Seguiram se nove vitórias consecutivas no campeonato, com sete dessas vitórias contando com uma linha defensiva composta por Grimaldo, Rúben Dias, Ferro e André Almeida. Pelo meio, surgiram dois jogos em que Jardel substitui Ferro, mas mesmo assim, a equipa de Bruno Lage não tirava o pé do acelerador.
Em Dezembro, André Almeida teve de parar novamente com outra lesão, mas felizmente tendo em conta a boa forma da equipa, Tomás Tavares entrou novamente a boa hora.
Mais três vitórias seguidas para o Benfica, desta vez com duas deslocações ao Boavista e a Guimarães, e um jogo em casa contra o Famalicão. Até este momento do campeonato, o Benfica disparou 14 vitórias, e uma só derrota.
Com André Almeida no onze, o Benfica não tinha perdido, e acumulou sete jogos sem sofrer golos, dos nove em que ele tinha participado. Sinceramente algo impressionante.
Dos seis jogos até agora em que ele não participou, foram cinco vitórias e uma derrota, com quatro jogos sem sofrer golos. Números igualmente impressionantes.
Voltando novamente ao onze num jogo em casa contra o Desportivo das Aves, o Benfica continuou num ciclo vitorioso, com mais quatro vitórias seguidas, duas sem sofrer golos, e um desses jogos no estádio do vizinho em que vencemos por 0-2.
Depois, começou o terramoto.
O Benfica passou maior parte do campeonato sem jogador o futebol atrativo ao que nos habituaram na época anterior. Mas, alem das exibições frustrantes, o mais importante eram os três pontos.
A visita ao Dragão contou com André Almeida no onze, mas mesmo assim, o Benfica saiu derrotado mais uma vez contra o seu rival do norte, pela segunda vez no campeonato.
Nos próximos quatro jogos, André Almeida não estava disponível, o que forçou a entrada de Tomás Tavares para o onze mais uma vez. Aqui, na minha opinião, foi o momento da diferença para o Benfica.
Apontar o dedo ao jovem Português seria cruel de mais.
Tal como ele contribuiu para as vitórias nos jogos anteriores em que André Almeida não estava disponível, o mesmo poderia ter acontecido a seguir ao jogo contra o Porto. Mas, nos jogos antes, a equipa mesmo não estando a jogar bem, estava de peito cheio. As exibições nem sempre eram de abrir o olho, mas uma equipa que está num ciclo de vitórias e está em primeiro lugar leva sempre um ar de confiança para dentro do campo. Por isso, mesmo sendo jovem e com falta de experiência, alem de um erro aqui ou ali, Tomás Tavares esteve sempre dentro de campo com uma equipa cheia de confiança.
A derrota no Dragão aumentou a pressão dentro da equipa, e num jogo em casa contra o Braga, sempre se iam esperar dificuldades. Foi nesse jogo, e nos próximos três que se notaram as lacunas do lado direito mais do que nunca.
Uma derrota em casa contra o Braga, segui se uma vitória difícil em Barcelos, e depois dois empates contra o Moreirense e Vitória de Setúbal.
Tomás Tavares já não sentia aquela confiança dos companheiros, e agora tinha se ser ele próprio a tentar se motivar e desenrascar.
A defender os erros resultavam em golos, e no ataque, o seu nervosismo e falta de sangue frio em certos momentos era bem obvio. Mas, não havia outro para ocupar aquele lugar.
Não vamos pôr em causa a capacidade de jogar futebol de Tomás Tavares, isso não, mas, seria ingénuo se não falássemos da falta de experiência que nos faltou. Principalmente naquele momento de viragem do campeonato. Sabendo que mais um resultado negativo poderia fazer com que a equipa perdesse a liderança no campeonato, e ainda por cima Pizzi caiu de rendimento, Ferro parecia completamente perdido, e Grimaldo estava esgotadíssimo.
A defesa precisava de mais alguém que pudesse impor ordem e confiança. André Almeida pode não ser o melhor jogador do plantel, mas ele já leva muitos anos de experiência. Ruben Dias é capaz de ser líder, mas numa defesa composta de dois jovens e um defesa esquerdo experiente, mas que esta em baixo, ele sozinho não podia fazer tudo.
Com esta paragem de campeonato, isso deu tempo de descanso ao plantel, mas acima de tudo, deu oportunidade para a recuperação dos que estavam lesionados. O regresso de Dyego Sousa, Seferovic e até Gabriel são regressos importantes, mas acho que ter André Almeida de volta vai ser a peça mais importante.