O primeiro desafio encarnado na fase de grupos da CEV aproxima-se, frente à turma russa do Zenit St. Petersburg.
Jogado às 16h30 portuguesas na Sibir Arena, espera-se um encontro fervoroso no coração gelado da Rússia.
QUENTE OU FRIO?
Chegámos a um ponto onde não há jogos fáceis.
O Zenit é parte integrante de um dos contextos mais competitivos a nível mundial da modalidade, devendo ser considerado um dos grandes favoritos à passagem para a próxima fase.
Marcam presença habitual nas competições europeias, e contam com uma bagagem financeira que em muito dista do verificado em Portugal.
Naturalmente, apresenta destaques individuais muito conceituados, com especial destaque para o líbero Jenia Grebennikov, melhor líbero da anterior edição dos Jogos Olímpicos e por muitos considerado o melhor da atualidade.
Num plano nacional, os comandados de Tuomas Sammelvuo já estiveram em melhores lençóis, somando apenas oito pontos nos últimos cinco encontros disputados.
Não que se trate de um fator determinante para a jornada inaugural da Liga dos Campeões, já que se alguns deles representam embates frente a algumas das maiores potências do Campeonato Russo.
DEUS QUER, O HOMEM SONHA, A OBRA NASCE
É irrealista afirmar que nesta partida o underdog não é encarnado.
De facto, o tabuleiro está inclinado para o lado do Zenit, mas tal não apaga as possibilidades das águias.
Jogar na Rússia é sempre algo muito complicado, ainda por mais nesta época do ano.
São condições térmicas que simplesmente não existem em Portugal, e que representam sempre um grande desafio para os forasteiros.
Quantos desacreditaram que o apuramento surgiria? Eu não, e prometo acreditar na passagem à próxima fase até ao nosso último suspiro!
Já se falou nas discrepâncias competitivas que podem ou não ser visíveis, já se falou no clima adverso, mas falta falar em algo bastante relevante, que pode muito bem beneficiar a turma de Marcel Matz.
Nem tudo pode ser mau, e é precisamente aí que entra o fator surpresa encarnado.
O Benfica não é uma equipa que integra de forma regular o leque dos melhores a nível europeu, ao contrário dos caseiros, sendo pouca a matéria a analisar para além dos embates referentes ao Campeonato Nacional.
Neste plano estamos a jogar em casa, de forma hegemónica. Não existe uma mão cheia de equipas que façam verdadeiramente frente às águias, tendo todos os grandes desafios da presente época sido referentes à fase de apuramento da Liga dos Campeões.
Se a imprevisibilidade já é algo habitual numa jornada inaugural da CEV, naturalmente será ainda mais preponderante dada a natureza deste encontro.
Que seja imprevisível, que seja mágico!
Neste contexto, a única exigência feita a este magnífico grupo será sem dúvida alguma cumprida:
O Manto Sagrado, certamente, será honrado mais uma vez.