Mais um jogo no Estádio do Dragão, e claro, mais uma exibição miserável do Benfica. Fica pelo caminho um dos objetivos da época, e daqui a uma semana, voltamos ao lugar onde costumamos a ser infelizes.  

Jorge Jesus optou por reforçar o meio-campo, jogando com Taarabt no meio-campo, abdicando de Yaremchuk. Rafa e Darwin eram as setas apontadas à baliza de Marchesin, só que as setas foram todas cair na baliza defendida por Helton Leite.

Geralmente no Depois do Apito Final, costumo falar dos momentos positivos e negativos. Desta vez, vão me desculpar, mas só há negativos, e muitos.

⚠️ João de Deus | Vamos começar pelos intervenientes que estiveram no campo. Não conheço o treinador-adjunto de Jorge Jesus pessoalmente, não coloco em causa a pessoa, mas sim a maneira como representa o clube que todos nós amamos.

A semana passada depois do jogo contra o SC Covilhã em que ele teve de comandar a equipa, uma resposta que ele deu após o jogo não me caiu bem.

Um repórter perguntou lhe como se sentia como técnico principal tendo em conta que Jorge Jesus estava castigado. A sua resposta foi que não se sentia confortável e que não gostava.

Bem – Eu como adepto, ouço essas declarações e fico a pensar. Das duas uma – temos um treinador-adjunto incompetente que se borra todo na hora de ter que ser interveniente, ou então tem um medo incrível ao Jorge Jesus e quer mostrar que ali quem é o mastermind disto tudo é ele. Agora que me ponho a pensar, até é capaz de ser as duas opções.

Na antevisão do jogo com o Porto, dá um murro na mesa logo no início a dizer que responde só a uma questão sobre a novela brasileira, e logo a seguir, volta a responder. Só que desta vez, praticamente disse que se Jorge Jesus lhe pedisse para lamber os dedos dos pés, lá ia ele todo contente.

E depois de mais um jogo vergonhoso no Estádio do Dragão, o que passou a ser comum infelizmente, João de Deus diz que o Porto foi competente, e que o Benfica nem tanto. O oposto de competente é incompetente, mas ele não teve a coragem de dizer isso.

O Benfica foi incompetente mais uma vez contra o Porto; com um treinador-adjunto no banco que pelas suas palavras mostra que também o é, comandado por um treinador castigado que também o mostra a ser.

⚠️ Jorge Jesus | Pondo de lado esta novela brasileira, como muitos sabem se acompanham o nosso cantinho, fui defensor de Jorge Jesus, até um certo ponto. É certo que por um resultado positivo a equipa ou o treinador não são os melhores, tal como depois de um resultado negativo não passam logo a ser os piores.

Posto isso – já são dois jogos esta época contra rivais, e duas cagadas autênticas.

Em casa contra o Sporting foi o que se viu. Neste jogo, nem demorou um minuto para se mijarem todos. O pior é que o primeiro golo nasce de um lançamento.

Como disse um amigo do nosso cantinho – somos bons contra os fracos, e fracos contra os bons! Ora, melhor não podia ter dito.

Em termos de plantel, o Benfica até tem um plantel bom na minha opinião, apesar de não ser um plantel muito equilibrado. Mas parece me que a mensagem não passa para os jogadores, ou eles não se importam da preparação, mas nota se que quando as coisas ficam apertadas, a equipa entra num estado de pânico total.

Se a estratégia do jogo de hoje foi para jogar bolas longas, porque é que não jogamos com um ponta de lança que pudesse segurar o jogo? Foram tantas as vezes que André Almeida ou Vertonghen mandavam um charuto para a frente, e entregavam logo a bola aos defesas do Porto. Então metemos mais um médio para não utilizar o meio-campo, foi isso?

Num jogo de alta intensidade, num estádio onde costumamos ser sufocados, vamos meter o Helton Leite que joga de dois em dois meses. A culpa não é toda dele, mas o primeiro e o segundo golo ele não fica isento de culpas.

A jogar contra dez na segunda parte, não criamos uma oportunidade clara de golo, e não conseguimos encostar o Porto às cordas. Foi o Porto com menos um que esteve mais perto de marcar o quarto, do que o Benfica a marcar o primeiro.

Não sei se é o estádio, os adeptos, a viagem, o cheiro… não sei, mas quando o Benfica vai ao Dragão, entramos a perder em TUDO mesmo antes de entrarmos no balneário.

⚠️ Os Jogadores | Vamos esquecer as táticas, as análises antes do jogo, a estratégia, etc… Eu já o disse várias vezes e volto a dizer – podemos perder um jogo, ou dois ou três, mas uma coisa que tem de ser absolutamente inegociável é a vontade, a raça e o querer.

Sim, o Benfica entrou muito mal no jogo. Em menos de 10 minutos estava a perder por três. Todas as equipas entram mal em jogos durante a época, mas os jogadores nunca deram sinais de estarem vivos e prontos para a batalha.

Vi um ou dois que se mostraram mais, e certamente todos sabem quem são, mas não quero individualizar.

O treinador pode ser um nabo autêntico. O adjunto pode ser péssimo na parte de motivação. O que não se admite é um jogador profissional do Sport Lisboa e Benfica, num jogo contra o seu rival, precisar de alguém que lhes venha dar um abraço e explicar o que é preciso neste jogo. Se um jogador do nosso clube não consegue encontrar garra, vontade e motivação para um jogo destes nele próprio, então alguma coisa está mal.

Tem sido esse o caso há anos. E muitos dizem que faltam jogadores com mística, precisamos de ex-jogadores na estrutura e na equipa técnica para transmitirem essa mística, etc.. Não, o que precisamos são jogadores que os tenham no sítio.

Acham que as melhores equipas do mundo andam lá com mística? Os jogadores do campeão europeu (Chelsea), acham que eles jogam com raça por causa da mística que eles aprendem e sentem pelo clube? Deixem se dessas tretas.

No Benfica não falta mística. No Benfica falta jogadores, treinadores, dirigentes, etc., que tenham coragem de chegar ali e dizer o que há para dizer, sem medo de ofender ninguém. Se não és capaz de te entregares a um jogo desta dimensão, então desculpa, mas nem para apanha bola serves para o nosso clube.

Resumindo – sabendo que uma equipa tinha de perder neste jogo, seria bem pior para o Benfica do que para o Porto.

A equipa de Sérgio Conceição já mostrou por várias vezes ter a capacidade de superar situações semelhantes. Enquanto o Benfica vai se encolher, especialmente sabendo que daqui a uma semana voltam a este mesmo lugar. Imaginem a pressão, podendo ficar a sete pontos, e duas derrotas seguidas para acabar o ano… Nem quero imaginar!

Agora resta saber quem vai estar na linha lateral na próxima quinta-feira.