E, sem darmos por ela, estamos novamente no início de uma campanha europeia da Liga dos Campeões.
Há um ano, num artigo para esta nossa casa benfiquista, escrevi que acreditava que poderíamos passar aos oitavos de final da competição. Seguindo um conjunto possível de resultados, tendo em conta os adversários que nos saíram em sorte, conseguiríamos a qualificação num grupo com Bayern de Munique e Barcelona.
Lembrei-me deste artigo na preparação para o texto de agora, porque penso exatamente da mesma forma.
Temos de ganhar dois jogos com o Maccabi Haifa, vencer a Juventus em casa e tentar roubar pontos nos restantes três jogos.
O adversário mais difícil será, em princípio, o PSG dado o poderio de jogadores que o treinador Christophe Gaultier tem ao seu dispor. Digo em princípio, porque será importante perceber se o grupo estará em harmonia com a decorrer da época, sendo esse o maior obstáculo dos parisienses.
Da equipa normalmente titular podemos esperar uma solidez defensiva assente em três centrais muito fortes, liderados por Marquinhos, dois laterais muito ofensivos e com grande capacidade física, dois médios criativos capazes ambos de queimar linhas com transporte da bola ou com lançamentos em profundidade para aquele que é o melhor trio de avançados do mundo, formado por Neymar e os estratosféricos Messi e Mbappé.
A Juventus terá, este ano, o ano da consolidação do projeto Allegri 2.0, dado que parece haver uma pequena revolução com as saídas nos últimos tempos de Ronaldo, Chiellini, Dybala e de de Ligt.
Naturalmente que continua a ser uma equipa forte, mas podemos atacar a menor velocidade do quarteto defensivo, nomeadamente de Bonucci, Alex Sandro e Danilo.
Os grandes perigos a ter em conta serão Vlahovic, com a sua potência física e qualidade de remate, e a irreverência, velocidade e verticalidade de Di Maria. O argentino, apesar dos seus 34 anos, continua a ser um dos melhores extremos do mundo e é capaz, por si, de decidir um jogo contra qualquer equipa.
Resta-nos aquela que parece ser a equipa mais frágil deste grupo, a equipa Israelita do Maccabi Haifa.
Esta equipa tem o coeficiente mais baixo das que estão na fase de grupos, o que é reflexo da sua ausência nos últimos 13 anos dos grandes palcos europeus. No entanto, temos de ter em conta que derrotou o Olympiacos e o Estrela Vermelha no seu caminho até à fase de grupos.
Esta equipa joga num 4-3-3 vincado e temos de ter especial atenção com o avançado possante Pierrot, já com cinco golos na qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
O momento atual das equipas mostra o estado atual das forças económicas mundiais. O PSG, que há 10 anos teria poucas hipóteses num grupo com Benfica e Juventus, vê-se atualmente como o grande favorito deste grupo e é, inclusive, uma das grandes equipas mundiais.
A Juventus já não é o colosso que outrora envergava na camisola bianconeri a publicidade da Sony e cujas lembranças de ídolos recentes como Del Piero, Zidane ou Nedved nos fazem voltar imediatamente a uma infância de cartoons e inocência, a ver no Domingo Desportivo uma Vecchia Signora de jogadores lendários e inacessíveis. O futebol também cresce, sendo que por vezes para pior.
O Benfica não teve muita sorte no sorteio, dado que defronta uma das melhores equipas do mundo e uma das grandes e históricas equipas de um campeonato muito difícil e muito competitivo como o italiano. Como já referido, será importante vencer os dois jogos com o Maccabi Haifa e tentar fazer valer o fator casa contra PSG e Juventus, sempre com o apoio fundamental do nosso público.
O objetivo é a passagem aos oitavos de final e acreditamos que isso é possível.