Já levo muitos anos de Benfica na minha vida. Desde puto que o meu pai sofria como um maluco pelo nosso Benfica, enquanto que o meu avô fazia de conta que não era do Benfica só para me chatear.
Ao longo dos anos, o Benfica viveu altos e baixos, e com o andar da carruagem, o meu Benfiquismo e o de muitos crescia. Por vezes os pneus lá caiam, mas apesar das várias emoções que se viveram, e apesar dos disparates feitos bela estrutura e os jogadores, nunca se notou uma divisão entre os adeptos como hoje.
Já passaram muitos presidentes e vice presidentes pelo Benfica, e haverão de passar mais obviamente. Os erros nunca vão desaparecer, nunca se vão ganhar os jogos todos, e certamente que os adeptos nunca vão concordar 100% com uma decisão ou um debate. Cada um tem a sua maneira de ver as coisas, e nós temos de aprender a concordar em não concordar.
Como disse Mário Wilson:
Benfiquistas, é de uma forma muito sentida, muito querida que me cala fundo. Eu desde muito jovem, em terras do nosso mestre e ídolo Eusebio, eu já era Benfiquista. Fui transferido para o Sporting e até ganhei um campeonato, mas eu era Benfiquista. É qualquer coisa de apaixonante, brilhante que vocês ainda não tiveram oportunidade de sentir de uma forma tão expressiva, o tempo levará para isso.
Vai ser sublime, porque são jovens a grande maioria aqui, e vão ter essa oportunidade. Foi brilhante, o que eu passei pelo meu Benfica. Foi querido, de recordações fantásticas. Vocês não imaginam. Não imaginam não! Não podem imaginar…
… É um ano feliz. Até me custa dizer 108. São tão bonitos estes anos. São de uma magia única, que só nós sentimos assim. Por muitos desgostos que possamos ter, valores mais altos se levantam, e o valor mais alto que se levanta em termos futebolísticos chama se Benfica!
Foi em 2012, na gala de 108 anos que Mário Wilson teve este discurso absolutamente brilhante. Quando ele diz – “já mais te esqueço, és o meu ídolo.” Essa frase cria um sentimento de emoção, de paixão, um sentimento que não se consegue descrever.
São os adeptos que fizeram, fazem, e continuarão a fazer do Benfica o maior em Portugal, doa a quem doer. Mas a maior diferença que se nota hoje, que não tivemos nos anos menos conseguidos do clube – o poder da comunicação social. Hoje não são só jornais, mas a internet mudou tudo.
Podem não concordar com a estrutura em certas decisões, podem não concordar com o presidente, mas sejam cautelosos.
Todos temos o direito de ter opiniões e visões diferentes, mas com este momento que se vive no clube, e até ao longo dos últimos anos, há uma clara tentativa de destruir o clube e a sua imagem.
Certamente que todos no futebol, independente do clube, não são anjinhos, mas entre os rivais e a comunicação social, hoje, eles andam danados para criarem mais divisão, mais caos, e mais incerteza.
O Benfica vende, e muito. Hoje, para a comunicação social, com a maneira que se entregou o campeonato, a contratação de Jorge Jesus, e as eleições à porta, apresenta se uma tempestade perfeita.
Todos os dias há várias notícias sobre o Benfica. LFV pagou por um jato privado, jogadores associados ao Benfica, as eleições, são casos relacionadas com LFV, e isto continua cada dia. Isto é como uma bola de neve. Eles vão publicando tudo e mais alguma coisa sobre o Benfica, e os adeptos vão se virando uns contra os outros em discussões que não têm sentido, porque maioria das notícias são uma merda autêntica. Não vão além de uma tentativa de vender, e de criar uma discussão. E por fora, eles ficam se a rir.
Custa ver tanta divisão à volta do nosso clube. Já vivemos dias e noites péssimas, e mesmo assim, havia ordem.
Continuem a ter as suas opiniões, continuem com as discussões sérias e civilizadas, mas façam um favor, não caiam na armadilha da comunicação social e dos rivais. O que eles querem todos nós sabemos, por isso, façam o favor de lembrar o valor mais alto – Sport Lisboa e Benfica. Um Benfica dividido é um Benfica mais fraco.