Nos últimos nove anos o Benfica investiu 138 milhões em sete pontas de lança. Esses sete jogadores jogaram um total de nove temporadas (o que é logo um número assustador). Dessas nove, houve apenas uma temporada de 30+ golos de um jogador (Darwin em 21/22), e só mais uma é que teve 20+ golos (Carlos Vinícius).

Tudo leva a crer que o Benfica vai contratar outro ponta de lança para a próxima época. Roger Schmidt já apontou a falta de eficácia como um dos principais problemas da equipa. Rui Costa gosta de dizer que pode falhar o jogador mas não pode falhar o critério. No entanto, se calhar, é preciso mudar o critério.

Contratar um ponta de lança é sempre complicado porque é a posição mais objectiva do jogo, é a sempre fácil de avaliar/julgar e é a posição que normalmente há menos paciência. E para piorar, como é sempre uma posição muito procurada, basta ter o mínimo sucesso e alguém aparece a querer levar o jogador.

Um dos problemas a meu ver do Benfica é que raramente contratou pontas de lança que tinham de facto um histórico de golos.

O Raúl Jiménez vinha de uma época onde marcou cinco golos (jogou muito pouco e na anterior tinha marcado 18 golos no México). O RDT vinha de uma época onde marcou 14 golos. O Carlos Vinícius tinha 16 golos (2 no Monaco e 14 no Rio Ave). O Darwin tinha marcado 16 golos no Almeria. O Arthur Cabral tinha 17 golos na Fiorentina. O Marcos Leonardo tinha 21 golos (mas apenas 13 no Brasileirão). Nenhum deles tinha um número incrível de golos. O Yaremchuk é o mais próximo de uma excepção. Vinha de uma época com 23 golos.

Acho que estes jogadores todos, chegaram em circunstâncias diferentes. O Jiménez e o Vinícius foram algum tipo de acordo com o Jorge Mendes. O Darwin e o Marcos Leonardo foram duas projecções daquilo que poderiam valer (e no caso do Marcos ainda pode). O Yaremchuk, RDT e Arthur Cabral foram mais escolhas de scouting/análise. No caso do Yaremchuk o exterior teve peso. Nos outros dois foram completos falhanços.

Acima de tudo é importante perceber que alguma coisa está a falhar e desta vez, se formos realmente por este caminho, é preciso fazer algo de diferente.