Ao longo da temporada, todas as equipas enfrentam altos e baixos. Às vezes, parece que tudo o que fazem dá certo. Outras vezes, por mais que tentem, nada funciona como se esperava.
Ontem, presenciamos uma mistura desses dois cenários.
O Benfica não começou bem a partida. Parecíamos lentos com e sem a bola, chegávamos quase sempre atrasados nos duelos e, em alguns momentos, um pouco desorganizados na transição defensiva.
Dito isso, foi um pouco de azar termos ido para o intervalo em desvantagem. Porém, também podemos nos considerar sortudos por termos chegado ao intervalo ainda com 11 jogadores em campo.
No segundo tempo, vimos um Benfica diferente. Os jogadores estavam com mais vontade de dar uma resposta.
Podemos dizer que tivemos sorte com o golo de Pavlidis, mas, às vezes, o esforço ajuda a criar essa sorte, e foi exatamente isso que aconteceu. O internacional grego forçou o defesa do Mónaco a tomar uma decisão, e ele acabou por decidir mal, permitindo que o Benfica empatasse a partida.
Com um jogador a mais e com 30 minutos para jogar, a expectativa era que o Benfica dominasse a posse de bola e garantisse os três pontos.
Embora tenhamos vencido a partida, escolhemos o caminho mais longo para chegar lá.
Jogando contra 10, demonstramos excesso de confiança, mas também sinais de desgaste físico. Os jogadores foram displicentes em certos momentos defensivos, o que nos custou os dois golos na partida.
Com um jogador a mais e a perder por 2 a 1, parecia impossível depois do que vimos desta equipa desde a chegada de Bruno Lage.
Bem, foi aí que entrou aquele momento da estrelinha que todos os grandes clubes precisam ao longo da temporada.
Quando parecia que estávamos destinados a sofrer uma terceira derrota consecutiva na Liga dos Campeões, Di María disse: “Calma, segura o meu mate!”
Dois cruzamentos medidos à perfeição para Arthur Cabral e Zeki Amdouni levaram os milhares de adeptos do Benfica no Stade Louis II à loucura!
Num piscar de olhos, o Benfica distribuiu dois golpes rápidos e decisivos na equipa da Ligue 1, entregando-lhes a sua primeira derrota na Liga dos Campeões, bem embrulhada com um laço no topo.
E tudo isso para dizer o quê?
Quando outros clubes conseguem arrancar um resultado mesmo sem jogar bem, adeptos e jornalistas são rápidos em aplaudir e dizer que, às vezes, é necessário vencer feio ao longo da temporada. Mas quando é o Benfica, mesmo até com alguns Benfiquistas, essa teoria já não conta. Tiveram sorte, foram beneficiados, não jogam nada, etc..
Lembrem-se que nenhum clube joga a um nível altíssimo durante a época toda, nem domina os jogos todos. Todos passam por jogos destes, onde o mais importante é continuar a lutar e não desistir, depois é ficar à espera que a tal estrelinha apareça. Ontem no Mónaco foi prova disso!