NÃO RENOVAR COM SAMARIS SERIA UM ERRO MONUMENTAL

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Hoje em dia encontrar jogadores que sentem o clube não é fácil. Já não estamos no tempo antigo, quando ganhava-se pouco, e jogava-se pelo símbolo que traziam ao peito.

Andreas Samaris chegou a Portugal em Agosto de 2014 após ter passado por vários clubes no seu país natal.

Na sua primeira temporada com Jorge Jesus ainda no comando da equipa, Samaris fez 28 jogos na Primeira Liga, com três assistências. Enquanto que não são números exuberantes, para um jogador que além de ter capacidade de entrar em zonas mais avançadas no terreno, normalmente ele ocupa uma posição mais recuada.

Para fazermos uma comparação, Jorginho do Chelsea que ocupa uma posição semelhante fez a sua primeira temporada no Chelsea esta época, e em 36 jogos até hoje, não fez uma única assistência para golo.

O trabalho dele não é para assistir nem para marcar, mas poder ter um jogador no meio campo que por vezes consegue tirar proveito das oportunidades que lhe são dadas para marcar ou assistir é importante ao longo da temporada, algo que ele tem feito.

Na primeira época de Rui Vitória, o internacional Grego continuou a fazer parte do núcleo da equipa.

Em 27 jogos na Primeira Liga, Samaris marcou dois golos e também contribuiu duas assistências.

Mais uma vez, não apresentava números de abrir o olho, mas conseguia contribuir.

Nas próximas duas épocas, Rui Vitória mudou a sua estratégia e Samaris passou a ser segunda opção.

Entre 2016 e 2018, ele só jogou 36 jogos no campeonato, e só conseguiu um golo e uma assistência.

O mais importante durante essas duas épocas foi o seu nível de profissionalismo.

Geralmente no futebol de hoje, quando um jogador passa de titular a segunda opção, a mentalidade e o interesse troca no piscar de olhos. É fácil forçar a saída hoje, algo que ele certamente podia ter feito.

Em vez de causar problemas, Samaris não só continuou a aperfeiçoar o seu Português, mas ele também continuou a ser um grande profissional com letras maiúsculas.

O seu percurso pelo Benfica faz lembrar Katsouranis.

Chegou a Portugal sem conhecer o nosso idioma, e para se sentir o clube da melhor maneira, ele hoje fala um Português mais completo do que alguns que nasceram cá.

São esse pequenos detalhes que mostram a vontade do jogador.

Só basta olhar para a maneira como ele festeja um golo, ou até a maneira que ele se apresenta no banco de suplentes. Uma figura que os jogadores respeitam, e que esperou pela sua oportunidade.

Com a chegada de Bruno Lage, Samaris voltou ao seu melhor nível, e hoje tornou-se num titular indiscutível.

Esta época, já leva 17 jogos no campeonato, dois golos e duas assistências. Antes da chegada de Bruno Lage, Samaris jogou dois jogos com Rui Vitória, e somou seis minutos nesses dois jogos.

E só para dar que pensar um pouco – O Benfica saiu derrotado na segunda mão da Taça de Portugal em Alvalade, e Samaris foi suplente não utilizado. No jogo da Allianz Cup contra o Porto em que saímos derrotados por 1-3, Samaris foi titular, mas com as decisões da equipa de arbitragem, mesmo jogando com 15 jogadores não fazia diferença.

Além de oferecer bastante experiência no balneário, Samaris apresenta um perfil de futuro capitão do Benfica, tal como foi Katsouranis.

Quando se vê jogadores como Ferreyra a terem um salário bastante elevado, qual a razão de não poder fazer um esforço por Samaris, que sente o nosso clube como poucos?!

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Michael Gonçalves

Michael Gonçalves

Desde miúdo que o Benfica faz parte da minha vida. Sou Luso-Americano, mas tenho o coração em Portugal. Enquanto que o sonho de ser jogador profissional não deu certo, agora tento transmitir as minhas ideias e a minha paixão pelo Benfica em palavras. Na vida pode se trocar de mulher, mas nunca se troca de clube!