Em circunstâncias normais, um jogo entre Rangers e Benfica no Ibrox daria um ambiente impressionante em Glasgow. Infelizmente para os adeptos, a pandemia eliminou essa possibilidade. Ainda assim, este jogo promete ser um dos mais promissores na quarta jornada da Fase de Grupos da Liga Europa.
Logo após o sorteio, quase todos teriam dito que estes dois clubes seriam os que iam lutar pelos dois primeiros lugares. Agora, tendo em conta como a época de ambos se tem desenrolado, Steven Gerrard estará ainda com mais ambição de ganhar o grupo.
Para o Benfica, a oportunidade de voltar a Portugal no primeiro lugar é bem possível, mas vai ser preciso muito mais do que se tem visto nos últimos jogos.
CORRIGIR OS ERROS
Olhando para o último jogo entre os dois, antes da expulsão de Otamendi, a equipa de Jorge Jesus esteve muito bem. Controlaram o ritmo do jogo, pressionaram o Rangers na sua primeira linha de construção, e a equipa de Steven Gerrard praticamente não conseguia chegar à baliza de Odysseas.
Foi só depois de um lapso defensivo onde passaram a jogar com dez que o Ferrari seguiu desamparado.
As equipas de Jorge Jesus normalmente estão bem trabalhadas em termos defensivos, mas as mudanças e as lesões têm causado grandes dores de cabeça. Tendo vivido essa confusão no último jogo, a linha defensiva do Benfica certamente terá sido, e será um assunto regular para Steven Gerrard na preparação para este jogo.
Além da equipa Escocesa não ter feito algo antes da expulsão, o lance que ditou o vermelho a Otamendi foi só um de muitos momentos preocupantes para a equipa Portuguesa.
Vertonghen e Otamendi não são muito rápidos, e com a preferência de Jorge Jesus querer uma linha defensiva bem alta, isso causa problemas quando não pressionam o transportador da bola. Isso faz parte dos elementos básicos do futebol. Sem pressão, os defesas são obrigados a perceber isso para poderem descer as linhas, algo que não tem acontecido ultimamente.
Com a paragem dos jogos internacionais a oferecer uma possibilidade para muitos jogadores se recomporem, para a linha defensiva, isso não aconteceu.
Vertonghen e Otamendi estiverem com as suas seleções, o que não possibilitou que eles estivessem juntos no Seixal para trabalharem as rotinas defensivas.
Ambos não fizeram parte do jogo da Taça de Portugal no Sábado, por isso, pode ser que uma semana de treinos juntos pode pelo menos ajudar em alguns aspetos.
MUDANÇAS FORÇADAS
Darwin Nunez – um nome que os adeptos do Rangers conhecem bem não será opção por causa de testar positivo ao COVID. Isto já era esperado. Jogadores a viajar pelo mundo fora no meio de uma pandemia, alguns para jogos amigáveis. Faz todo sentido, não?
Na sua ausência, Jorge Jesus tem umas poucas opções, mas por qual é que ele vai optar?
O mais provável passa pela titularidade de Seferovic. Com só três jogos a titular, o internacional Suíço é o melhor marcador do Benfica com seis golos. Se for a jogo, ele oferece algo diferente de Darwin.
Seferovic tem uma presença na área do adversário um pouco diferente, tendo mais capacidades no jogo aéreo. Pelo contrário, sem Darwin, o Benfica perde a capacidade de um jogador com força e velocidade que não tem medo de apostar no um contra um. Seferovic também não é um jogador que procure ocupar os espaços concedidos atrás da linha defensiva do adversário.
Ele foi titular no empate a três golos no último jogo, e como já tinha sublinhado, antes da expulsão, o Benfica foi a melhor equipa, e de longe. Pode ser que possamos ter os mesmos 18 e poucos minutos do mesmo nível, mas desta vez por 90 minutos, e sem uma expulsão? Acho que não é pedir muito.
Mais recuado no terreno, Julian Weigl também não vai estar disponível por causa do COVID. O médio Alemão foi titular no empate no Estádio da Luz.
A alternativa mais parecida em termos de estilo de jogo seria Samaris, mas o médio Grego não foi inscrito na Liga Europa. Por isso, as duas opções prováveis passam por Gabriel ou Taarabt.
Se fosse minha decisão, optava por Gabriel.
O médio Brasileiro não é um trinco, mas na posição mais recuada do meio campo, normalmente ele oferece mais certezas no passe. É mais calmo com a bola nos pés, e não arrisca tanto na primeira fase da jogada.
Já Taarabt também tem uma boa capacidade de passe, mas maior parte das vezes ele opta pelo passe arriscado, ou então arrisca no um contra um. Num jogo em que espero o Rangers a tentar controlar o ritmo do jogo e mais com bola, o Benfica não se pode dar ao luxo de perder muitos passes na primeira fase de construção. Se jogar o médio Marroquino, era melhor que jogasse mais adiantado no terreno.
A pergunta mais importante passa pela decisão de um segundo avançado, como Waldschmidt, ou, um médio mais ofensiva a formar um triângulo no meio campo?
O tempo dirá, mas independente do resultado final, o Benfica precisa de uma exibição convincente em Glasgow. A época ainda só agora começou, e Jorge Jesus ainda não teve o tempo suficiente para impor as suas ideias, mas os adeptos do Benfica estão ansiosos. A paciência não é muita, ainda por cima tendo em conta que muitos adeptos não queriam o técnico Português de volta.